– Ah, não diga besteiras. – Cersei fechou a janela. – Sim, tive esperança de que o garoto morresse. E você também. Até
– Alguém estava presente quando Robert disse isso?
– Espero que não ache que ele disse isso a Ned Stark. Claro que estávamos a sós. Nós e as crianças. – Cersei tirou a rede para cabelos e enrolou-a numa das colunas da cama, após o que sacudiu seus caracóis dourados. – Talvez tenha sido Myrcella quem enviou esse homem com o punhal, parece-lhe que é possível?
Aquilo tinha a intenção de ser uma zombaria, mas Jaime compreendeu de imediato que ela acertara em cheio no cerne da questão.
– Myrcella, não. Joffrey.
Cersei franziu a testa.
– Joffrey não simpatizava com Robb Stark, mas o rapaz mais novo não lhe dizia nada. Ele próprio não passava de uma criança.
– Uma criança ansiosa por uma palmadinha na cabeça dada por esse bêbado que permitiu que ele acreditasse ser seu pai. – Teve uma ideia desconfortável. – Tyrion quase morreu por causa daquele maldito punhal. Se soubesse que tudo havia sido obra de Joffrey, podia ser esse o motivo...
– Não me interessa o
– Lorde Tywin não pediu a minha aprovação. Posso falar com ele, mas não me escutará...
– Escutará, se concordar em abandonar a Guarda Real.
– Não vou abandonar a Guarda Real.
A irmã tentou reprimir as lágrimas.
– Jaime, você é o meu reluzente cavaleiro. Não pode me abandonar quando mais preciso de você! Ele está roubando meu filho, mandando-me embora... e a menos que o impeça, o pai vai me forçar a casar de novo!
Jaime não devia ter ficado surpreso, mas ficou. As palavras foram um golpe no estômago mais forte do que qualquer um dos que Sor Addam Marbrand lhe dera.
– Com quem?
– E isso importa? Um lorde ou outro qualquer. Alguém de que o pai pense que precisa. Não me interessa. Não aceitarei outro marido. É o único homem que eu quero na minha cama, para sempre.
– Então
Ela afastou as mãos.
– Está outra vez dizendo loucuras. Quer nos ver afastados, como a mãe fez daquela vez que nos pegou brincando? Tommen perderia o trono e Myrcella, o seu casamento... eu
– Os Targaryen...
–
– Calminha – disse ele em tom zombeteiro. – Assim tão alto vai acordar os meus Irmãos Juramentados. Não pode ser, certo? As pessoas poderiam ficar sabendo que veio me visitar.
– Jaime – soluçou ela –, acha que
Jaime deu por si a responder.
– Não – disse –, aqui, não. – Nunca tinham feito aquilo na Torre da Espada Branca, e muito menos nos aposentos do Senhor Comandante. – Cersei, este não é o local adequado.
– Tomou-me no septo. Aqui não é diferente. – Tirou seu pau para fora e inclinou a cabeça por cima dele.
Jaime empurrou-a com o coto da mão direita.
–
Por um instante viu confusão nos brilhantes olhos verdes de Cersei, e também medo. Então a raiva substituiu-os. Ela recompôs-se, pôs-se em pé, alisou as saias.
– Foi a mão que lhe cortaram em Harrenhal, ou a virilidade? – quando sacudiu a cabeça, seus cabelos caíram em volta dos alvos ombros nus. – Fui uma tola por vir. Você não teve coragem para vingar Joffrey, por que devia pensar que protegeria Tommen? Diga-me, se o Duende tivesse matado todos os seus três filhos, teria
– Tyrion não vai fazer mal a Tommen ou Myrcella. Ainda não tenho certeza de que matou Joffrey.
A boca dela torceu-se de fúria.