Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Um palafreneiro conduzia uma bela égua cinza através da porta do estábulo. No dorso do animal vinha montada uma garota magricela de olhos encovados, envolta num manto pesado. Era cinza, tal como o vestido que usava por baixo, e debruado de cetim branco. O broche que o prendia ao peito era trabalhado na forma de uma cabeça de lobo com olhos fendidos de opala. Os longos cabelos castanhos da garota eram violentamente soprados pelo vento. Achou que ela tinha um rosto bonito, mas os olhos eram tristes e cautelosos.

Quando o viu, inclinou a cabeça.

– Sor Jaime – disse, numa voz fina e ansiosa. – Foi gentil em vir se despedir de mim.

Jaime estudou-a de perto.

– Ah, então me conhece?

Ela mordeu o lábio.

– Talvez não se recorde, senhor, pois eu era pequena naquela altura... mas tive a honra de conhecê-lo em Winterfell quando o Rei Robert veio visitar meu pai, Lorde Eddard. – Baixou seus grandes olhos castanhos e murmurou: – Sou Arya Stark.

Jaime nunca tinha prestado muita atenção em Arya Stark, mas parecia-lhe que aquela garota era mais velha.

– Segundo ouvi dizer, você irá se casar.

– Deverei me casar com o filho de Lorde Bolton, Ramsay. Ele era um Snow, mas Sua Graça fez dele um Bolton. Dizem que é muito corajoso. Estou muito feliz.

Então por que é que parece tão assustada?

– Desejo-lhe felicidades, senhora. – Jaime virou-se de volta para Pernas-de-Aço. – Tem o dinheiro que lhe foi prometido?

– Sim, e distribuímo-lo. Tem os meus agradecimentos. – O nortenho sorriu. – Um Lannister sempre paga as suas dívidas.

– Sempre – disse Jaime, lançando um último relance à menina. Perguntou a si mesmo se haveria muitas semelhanças. Não que isso importasse. A verdadeira Arya Stark estava, com toda a probabilidade, enterrada em alguma sepultura anônima na Baixada das Pulgas. Com os irmãos mortos, bem como ambos os pais, quem se atreveria a chamar aquela garota de fraude? – Boa viagem – disse a Pernas-de-Aço. Nage ergueu a sua bandeira de paz, e os nortenhos formaram uma coluna tão cheia de buracos quanto seus mantos de peles e trotaram através do portão do castelo. A menina magra montada na égua cinza parecia pequena e desamparada no meio deles.

Alguns dos cavalos ainda recuavam perante a mancha escura no chão de terra batida, no local onde a terra tinha bebido o sangue vital do cavalariço que Gregor Clegane matara tão desajeitadamente. Aquela visão deixou Jaime furioso de novo. Tinha dito à Guarda Real para manter a multidão afastada, mas aquele palerma do Sor Boros se distraiu com o duelo. O idiota do rapaz partilhava parte da culpa, com certeza; e o dornês morto também. E acima de todos Clegane. O golpe que cortou o braço do rapaz tinha sido um infortúnio, mas aquele segundo golpe...

Bem, Gregor está pagando por ele agora. O Grande Meistre Pycelle andava tratando os ferimentos do homem, mas os uivos que ressoavam nos aposentos do meistre sugeriam que a cura não estava correndo tão bem como poderia.

– A carne gangrena e as feridas soltam pus – disse Pycelle ao conselho. – Nem mesmo as larvas querem tocar naquela imundície. Suas convulsões são tão violentas que tive de amordaçá-lo para evitar que cortasse a língua com os dentes. Removi o máximo de tecido que me atrevi a cortar e tratei a putrefação com vinho fervente e bolor de pão, mas sem resultado. As veias de seu braço estão se tornando negras. Quando o sangrei, todas as sanguessugas morreram. Senhores, tenho de saber qual foi a maligna substância que o Príncipe Oberyn usou na lança. Detenhamos os outros dorneses até se tornarem mais cooperativos.

Lorde Tywin havia recusado.

– Já haverá problemas suficientes com Lançassolar por causa da morte do Príncipe Oberyn. Não pretendo tornar as coisas piores prendendo seus companheiros.

– Então temo que Sor Gregor possa morrer.

– Sem dúvida que sim. Jurei que morreria na carta que enviei ao Príncipe Doran com o corpo do irmão. Mas tem de ser visto que foi a espada do Magistrado do Rei que o matou, e não uma lança envenenada. Cure-o.

O Grande Meistre Pycelle pestanejou, desalentado.

– Senhor...

Cure-o – voltou a dizer Lorde Tywin, enfadado. – Vocês estão cientes de que Lorde Varys mandou pescadores para as águas que rodeiam Pedra do Dragão. Eles relatam que só resta uma força simbólica para defender a ilha. Os lisenos desapareceram da baía, e a maior parte das forças de Lorde Stannis desapareceu junto.

– Boas e melhores novas – anunciou Pycelle. – Que Stannis apodreça em Lys, digo eu. Estamos livres do homem e de suas ambições.

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