Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Não se lembrava de ter fugido, mas deve tê-lo feito, pois na lembrança seguinte encontrava-se junto à fogueira, a meio acampamento de distância, com o velho Sor Ottyn Wythers e alguns arqueiros. Sor Ottyn estava ajoelhado na neve, fitando sem reação o caos que os rodeava, até que um cavalo sem cavaleiro chegou e lhe deu um coice no rosto. Os arqueiros não prestaram atenção nele. Estavam disparando flechas incendiárias contra sombras na escuridão. Sam viu uma criatura ser atingida, ser engolida pelas chamas, mas, atrás dela, havia uma dúzia de outras e uma enorme silhueta pálida que devia ser o urso, e pouco depois os arqueiros ficaram sem flechas.

E então Sam deu por si sobre um cavalo. Não era o seu cavalo, e também não se recordava de ter montado nele. Talvez fosse o cavalo que esmagara o rosto de Sor Ottyn. Os berrantes ainda soavam, por isso esporeou o cavalo e virou-o na direção do som.

No meio da carnificina, do caos e da neve soprada pelo vento, encontrou Edd Doloroso montado em um garrano, com um estandarte negro sem adornos flutuando numa lança.

– Sam – disse Edd quando o viu –, não quer me acordar? Estou tendo um pesadelo terrível.

Mais homens montavam a cada momento que passava. Os berrantes de guerra estavam chamando. Ahuuu ahuuu ahuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.

– Eles saltaram a muralha oeste, senhor – gritou Thoren Smallwood para o Velho Urso, enquanto lutava para controlar o cavalo. – Vou enviar reservas...

NÃO! – Mormont teve de berrar a plenos pulmões para ser ouvido sobre os berrantes. – Chamem-nos de volta, temos que abrir caminho para fora daqui. – Ficou em pé nos estribos, com o manto negro batendo ao vento e o fogo brilhando em sua armadura. – Ponta de lança! – rugiu. – Formação em cunha, avançamos. Pela encosta sul, e depois para leste!

– Senhor, a encosta sul está cheia de criaturas!

– As outras são demasiado inclinadas – disse Mormont. – Temos...

Seu garrano relinchou, empinou-se e quase o atirou ao chão quando o urso surgiu cambaleando através da neve. Sam voltou a urinar nas calças. Pensava que não tinha sobrado mais nada dentro de mim. O urso estava morto, pálido e apodrecendo, com o pelo e a pele descolados do músculo e metade do braço direito queimada até o osso, mesmo assim avançava. Só os seus olhos viviam. Azul-claros, tal como o Jon dizia. Brilhavam como estrelas congeladas. Thoren Smallwood avançou, com a espada brilhando, laranja e vermelha à luz da fogueira. Sua estocada quase arrancou a cabeça do urso. E então a fera arrancou a dele.

AVANÇAR! – gritou o Velho Urso, dando meia-volta.

Já iam a galope quando atingiram o anel. Antes, Sam sempre tivera medo demais para saltar a cavalo, mas quando a pequena muralha de pedra se aproximou dele, soube que não tinha alternativa. Esporeou o animal, fechou os olhos e choramingou, e o garrano levou-o para o outro lado, sem que ele soubesse como, sem que soubesse como, o garrano levou-o para o outro lado. O cavaleiro à sua direita caiu num emaranhado de aço, couro e carne de cavalo gritante, e então as criaturas formigaram em volta dele e a cunha se fechou. Mergulharam encosta abaixo, em corrida, através de mãos negras que tentavam agarrá-los, ardentes olhos azuis e neve soprada pelo vento. Cavalos tropeçaram e rolaram, homens foram varridos de cima de suas selas, tochas rodopiaram pelo ar, machados e espadas retalharam carne morta, e Samwell Tarly soluçava, agarrando-se desesperadamente ao cavalo, com uma força que nunca soube que possuía.

Seguiu no meio da ponta de lança em fuga, com irmãos de ambos os lados, e também à frente e atrás dele. Um cão acompanhou-os durante parte do caminho, saltando pela encosta nevada abaixo, enfiando-se entre as patas dos cavalos e saltando para fora de seu caminho, mas não conseguiu manter o ritmo. As criaturas mantinham-se firmes em suas posições e eram atropeladas e pisoteadas. Mesmo quando caíam, tentavam agarrar espadas, estribos e as patas dos cavalos que passavam por elas. Sam viu uma delas rasgar a barriga de um cavalo com a mão direita, enquanto se agarrava à sela com a esquerda.

De repente, as árvores estavam em volta deles, e Sam atravessava chapinhando um riacho gelado, com os sons do massacre minguando lá atrás. Virou-se, com a respiração presa devido ao alívio... até que um homem de negro saltou dos arbustos e o arrancou de cima da sela. Sam nunca chegou a ver quem foi; montou num instante e no seguinte afastava-se a galope. Quando tentou correr atrás do cavalo, seus pés se prenderam numa raiz, e ele caiu com força, batendo o rosto no chão, e ficou deitado, chorando como um bebê, até que Edd Doloroso o encontrou.

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