Читаем A Tormenta de Espadas полностью

As criaturas tinham sido coisas lentas e desajeitadas, mas o Outro era ligeiro como neve no vento. Esquivou-se do machado de Paul, com a armadura ondulando, e sua espada de cristal torceu-se, girou e deslizou entre os anéis de ferro da cota de malha de Paul, através de couro e lã, de osso e carne. Saiu por suas costas com um ssssssssssssilvo e Sam ouviu Paul dizer “Oh” quando deixou cair o machado. Empalado, com o sangue fumegando em volta da espada, o grandalhão tentou agarrar seu assassino com as mãos e quase conseguiu antes de cair. Seu peso arrancou a estranha espada pálida das mãos do Outro.

Vá em frente agora. Pare de chorar e lute, seu bebê. Lute, covarde. Era o pai que ouvia, era Alliser Thorne, era o irmão Dickon e o garoto Rast. Covarde, covarde, covarde. Soltou um risinho histérico, perguntando a si mesmo se fariam dele uma criatura, uma criatura enormemente gorda sempre a tropeçar nos próprios pés mortos. Vá em frente, Sam. Aquele agora seria Jon? Jon estava morto. Consegue ir em frente, consegue, apenas vá em frente. E então viu-se tropeçando para a frente, realmente caindo mais do que correndo, fechando os olhos e projetando cegamente o punhal adiante, com ambas as mãos. Ouviu um crac, um som como aquele que o gelo faz quando se quebra sob os pés de um homem, e em seguida um guincho tão estridente e penetrante que cambaleou para trás com as mãos nos ouvidos, e estatelou-se sobre o traseiro.

Quando abriu os olhos, a armadura do Outro escorria por suas pernas em riachos, enquanto o sangue azul-claro silvava e fumegava em volta do punhal negro de vidro de dragão que trazia espetado na garganta. Estendeu duas mãos brancas como osso para arrancar a arma, mas onde os dedos tocavam a obsidiana fumegavam.

Sam rolou sobre o flanco, com olhos esbugalhados enquanto, o Outro minguava e se liquefazia, dissolvendo-se. Em vinte segundos, sua carne tinha desaparecido, afastando-se em redemoinhos de névoa branca. Por baixo, havia ossos parecidos com vidro leitoso, brancos e brilhantes, e também eles se derretiam. Por fim, só o punhal de vidro de dragão ficou, embrulhado em vapor, como se estivesse vivo e transpirando. Grenn dobrou-se para apanhá-lo, e atirou-o imediatamente no chão.

– Mãe, como está frio!

– Obsidiana. – Sam ajoelhou-se com dificuldade. – Chamam de vidro de dragão. Vidro de dragão. – Riu e chorou e dobrou-se para vomitar a sua coragem na neve.

Grenn ajudou Sam a ficar em pé, verificou se Paul Pequeno tinha pulso e fechou seus olhos, e depois voltou a pegar o punhal. Daquela vez conseguiu segurá-lo.

– Fique com ele – disse Sam. – Não é covarde como eu.

– Tão covarde que matou um Outro. – Grenn apontou com a faca. – Olhe para lá, entre as árvores. Luz cor-de-rosa. A alvorada, Sam. A alvorada. Aquilo deve ser o leste. Se seguirmos naquela direção, alcançaremos o Mormont.

– Se você diz. – Sam deu um chute numa árvore com o pé esquerdo, para desprender toda a neve. Depois com o direito. – Eu tento. – Fazendo uma careta, deu um passo. – Tento de verdade. – E depois outro.

TYRION

A corrente de mãos de Lorde Tywin projetava uma cintilação dourada sobre o profundo tom bordô de sua túnica de veludo. Os Senhores Tyrell, Redwyne e Rowan reuniram-se à sua volta quando ele entrou. Cumprimentou-os um por um, deu uma palavrinha em voz baixa a Varys, beijou o anel do Alto Septão e a face de Cersei, apertou a mão do Grande Meistre Pycelle e sentou-se no lugar do rei, à cabeceira da longa mesa, entre a filha e o irmão.

Tyrion tinha se apoderado do antigo lugar de Pycelle, ao fundo da mesa, tendo-lhe acrescentado almofadas para poder estender o olhar ao longo de toda a mesa. Desalojado, Pycelle se mudara para junto de Cersei, sentando-se quase tão longe do anão quanto podia sem reclamar a cadeira do rei. O Grande Meistre era um esqueleto trôpego, apoiando-se pesadamente numa bengala retorcida e tremendo ao caminhar, com um punhado de cabelos brancos brotando de seu longo pescoço enrugado onde outrora tivera a sua luxuriante barba branca. Tyrion fitou-o sem remorso.

Os outros tiveram de disputar os lugares: Lorde Mace Tyrell, um homem pesado e robusto, com cabelos castanhos encaracolados e uma barba em forma de folha bem salpicada de branco; Paxter Redwyne, da Árvore, de ombros estreitos e magro, com a cabeça calva rodeada de tufos de cabelo cor de laranja; Mathis Rowan, Senhor de Bosquedouro, escanhoado, entroncado e transpirando; o Alto Septão, um homem frágil, com uma barbicha fina e branca. Muitos rostos desconhecidos, pensou Tyrion, muitos jogadores novos. O jogo mudou enquanto eu apodrecia na cama, e ninguém vai me contar as regras.

Перейти на страницу:
Нет соединения с сервером, попробуйте зайти чуть позже