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«Era preciso destru'i-las… Mas n~ao me escapou uma coisa, era preciso destru'i-las mas em proveito da liberdade, e tendo sempre em vista a criac~ao da sociedade livre. Porque isso de destruir as ficc~oes sociais tanto pode ser para criar liberdade, ou preparar o caminho da liberdade, como para estabelecer outras ficc~oes sociais diferentes, igualmente m'as porque igualmente f'icc~oes. Aqui 'e que era preciso cuidado. Era preciso acertar com um processo de acc~ao, qualquer que fosse a sua viol^encia ou a sua n~ao-viol^encia (porque contra as injusticas sociais tudo era leg'itimo), pelo qual se contribu'isse para destruir as f'icc~oes sociais sem, ao mesmo tempo, estorvar a criac~ao da liberdade futura; criando j'a mesmo, caso fosse poss'ivel, alguma coisa da liberdade futura.

«'E claro que esta liberdade, que deve haver cuidado em n~ao estorvar, 'e a liberdade futura e, no presente, a liberdade dos oprimidos pelas ficc~oes sociais. Claro est'a que n~ao temos que olhar a n~ao estorvar a «liberdade» dos poderosos, dos bem-situados, de todos que representam as ficc~oes sociais e t^em vantagem nelas. Essa n~ao 'e liberdade; 'e a liberdade de tiranizar, que 'e o contr'ario da liberdade. Essa, pelo contr'ario, 'e o que mais dev'iamos pensar em estorvar e em combaten Parece-me que isto est'a claro…

— Est'a clar'issimo. Continu'e…

— Para quem quer o anarquista a liberdade? Para a humanidade inteira. Qual 'e a maneira de conseguir a liberdade para a humanidade inteira? Destruir por completo todas as ficc~oes sociais. Como se poderiam destruir por completo todas as ficc~oes sociais? J'a lhe antecipei a explicac~ao, quando, por causa da sua pergunta, discuti os outros sistemas avancados e lhe expliquei como e porque era anarquista… Voc^e lembra-se da minha conclus~ao?…

— Lembro…

— …Uma revoluc~ao social s'ubita, brusca, esmagadora, fazendo a sociedade passar, de um salto, do reg'imen burgu^es para a sociedade livre. Esta revoluc~ao social preparada por um trabalho intenso e continuo, de acc~ao directa e indirecta, tendente a dispor todos os esp'iritos para a vinda da sociedade livre, e a enfraquecer at'e ao estado comatoso todas as resist'encias da burguesia. Escuso de lhe repetir as raz~oes que levam inevitavelmente a esta conclus~ao, adentro do anarquismo; j'a lhas expus e voc^e j'a as percebeu.

— Sim.

— Essa revoluc~ao seria preferivelmente mundial, simult^anea em todos os pontos, ou os pontos importantes, do mundo; ou, n~ao sendo assim, partindo r'apidamente de uns para outros, mas, em todo o caso, em cada ponto, isto 'e, em cada nac~ao, fulminante e completa.

«Muito bem. O que poderia eu fazer para esse fim? S'o por mim, n~ao a poderia fazer a ela, 'a revoluc~ao mundial, nem mesmo poderia fazer a revoluc~ao completa na parte referente ao pa'is onde estava. O que eu podia era trabalhar, na inteira medida do meu esforco, para fazer a preparac~ao para essa revoluc~ao. J'a lhe expliquei como: combatendo, por todos os meios acess'iveis, as ficc~oes sociais; n~ao estorvando nunca ao fazer esse combate ou a propaganda da sociedade livre, nem a liberdade futura, nem a liberdade presente dos oprimidos; criando j'a, sendo poss'ivel, qualquer coisa da futura liberdade.

Puxou fumo; fez uma leve pausa; recomecou.

* * *

— Ora aqui, meu amigo, pus eu a minha lucidez em acc~ao. Trabalhar para o futuro, est'a bem, pensei eu; trabalhar para os outros terem liberdade, est'a certo. Mas ent~ao eu? Eu n~ao sou ningu'em? Se eu fosse crist~ao, trabalhava alegremente pelo futuro dos outros, porque l'a tinha a minha recompensa no c'eu; mas tamb'em, se eu fosse crist'ao, n~ao era anarquista, porque ent~ao as tais desigualdades sociais n~ao tinham import^ancia na nossa curta vida: eram s'o condic~oes da nossa provac~ao, e l'a seriam compensadas na vida eterna. Mas eu n~ao era crist~ao, como n~ao sou, e perguntava-me: mas por quem 'e que eu me vou sacrificar nisto tudo? Mais ainda: por que 'e que eu me vou sacrificar?

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