Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Jaime não teria medo, pensou, antes de se lembrar do que o irmão lhe fizera. Deu a mão ao eunuco e deixou-se conduzir através do negrume, seguindo o suave raspar do couro na pedra. Varys caminhava depressa, sussurrando de vez em quando, “Cuidado, aqui há três degraus”, ou, “O túnel inclina-se para baixo aqui, senhor”. Cheguei aqui como Mão do Rei, atravessando os portões a cavalo, à frente dos meus próprios homens, refletiu Tyrion, e saio como uma ratazana, correndo na escuridão, de mãos dadas a uma aranha.

Uma luz surgiu diante deles, tênue demais para ser a luz do dia, e cresceu à medida que se apressavam em sua direção. Passado algum tempo, Tyrion viu que se tratava de uma porta em arco, fechada por outro portão de ferro. Varys apresentou uma chave. Atravessaram a porta e entraram num pequeno aposento redondo. Havia mais cinco portas na sala, todas fechadas com barras de ferro. Havia também uma abertura no teto, e uma série de degraus de mão na parede por baixo da abertura, levando para cima. Um ornamentado braseiro encontrava-se de um lado, esculpido com a forma de uma cabeça de dragão. O carvão dentro da boca escancarada da fera já tinha se reduzido a brasas, mas ainda brilhava com uma lúgubre luz alaranjada. Embora bastante fraca, a luz era bem-vinda depois do negrume do túnel.

Além do braseiro, a sala encontrava-se vazia, mas o chão exibia o mosaico de um dragão de três cabeças, feito com ladrilhos vermelhos e negros. Algo perturbou Tyrion por um momento. Então ocorreu-lhe o que era. Este é o lugar de que Shae me falou, quando Varys a levou pela primeira vez à minha cama.

– Estamos por baixo da Torre da Mão.

– Sim. – Dobradiças geladas gritaram em protesto quando Varys abriu uma porta havia muito fechada. Partículas de ferrugem caíram lentamente no chão. – Isso vai nos levar ao rio.

Tyrion dirigiu-se lentamente para a escada, percorreu com a mão o degrau inferior.

– Isso vai me levar ao meu quarto de dormir.

– Agora é o quarto do senhor seu pai.

Ergueu os olhos para o alçapão.

– Quanto terei de subir?

– Senhor, está fraco demais para uma loucura dessas, e além disso não há tempo. Temos de ir.

– Tenho assuntos a tratar lá em cima. Quão longa é a subida?

– Duzentos e trinta degraus, mas seja o que for que pretenda...

– Duzentos e trinta degraus, e depois o quê?

– O túnel à esquerda, mas escute-me...

– A que distância está do quarto? – Tyrion pôs um pé no degrau mais baixo da escada.

– Não passa de vinte metros. Mantenha uma mão na parede enquanto avançar. Detectará as portas pelo tato. O quarto é na terceira. – Suspirou. – Isso é uma loucura, senhor. Seu irmão devolveu-lhe a vida. Quer jogá-la fora, juntamente com a minha?

– Varys, a única coisa que prezo menos do que a minha vida neste momento é a sua. Espere-me aqui. – Deu as costas ao eunuco e começou a subir, contando em silêncio.

Degrau a degrau, penetrou na escuridão. A princípio conseguia ver o tênue contorno de cada degrau quando o agarrava, bem como a áspera textura da pedra atrás dele, mas à medida que ia subindo a escuridão cerrava-se. Treze, catorze, quinze, dezesseis. Ao chegar ao trigésimo degrau, os braços tremiam com a tensão de puxar. Descansou um pouco para ganhar fôlego e olhou para baixo. Um círculo de luz tênue brilhava muito embaixo, meio obscurecido por seus pés. Tyrion retomou a subida. Trinte e nove, quarenta, quarenta e um. Ao alcançar o quinquagésimo degrau, suas pernas ardiam. A escada era infinita, entorpecedora. Sessenta e oito, sessenta e nove, setenta. Ao chegar ao octagésimo degrau, tinha as costas numa agonia surda. Mas continuou a subir. Não poderia explicar por quê. Cento e treze, cento e catorze, cento e quinze.

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