Читаем A Tormenta de Espadas полностью

– Ficaria honrado, Vossa Graça – disse Selmy com calma dignidade. – Sou capaz de assar maçãs e cozinhar carne tão bem quanto qualquer homem, e já assei muitos patos em fogueiras de acampamentos. Espero que goste deles gordurosos, com a pele tostada e os ossos cheios de sangue.

Aquilo fez Dany sorrir.

– Teria de estar louca para comer comida como essa. Ben Plumm, venha entregar a Sor Barristan a sua espada.

Mas o Barba-Branca recusou-se a aceitá-la.

– Atirei a minha espada aos pés de Joffrey e desde então não toquei em nenhuma outra. Só das mãos de minha rainha voltarei a aceitar uma espada.

– Como quiser. – Dany tirou a espada do Ben Mulato e ofereceu-a com o cabo para a frente. O velho pegou-a com reverência. – Agora ajoelhe-se – disse-lhe ela – e juramente-a ao meu serviço.

Ele ajoelhou-se e pousou a lâmina diante de Dany enquanto proferia as palavras. Ela quase não as ouviu. Este foi o mais fácil, pensou. O outro será pior. Quando Sor Barristan terminou, virou-se para Jorah Mormont.

– E agora você, sor. Diga-me a verdade.

O pescoço do grande homem estava vermelho; se de ira ou de vergonha, Dany não sabia.

– Tentei dizer-lhe a verdade meia centena de vezes. Disse-lhe que Arstan era mais do que parecia ser. Preveni a senhora de que Xaro e Pyat Pree não eram de confiança. Preveni-a...

– Preveniu-me contra todos, menos contra você. – A insolência dele enfureceu-a. Devia ser mais humilde. Devia suplicar o meu perdão. – “Não confie em ninguém, a não ser em Jorah Mormont”, disse... e durante todo esse tempo era uma criatura da Aranha!

– Não sou criatura de ninguém. Sim, recebi o ouro do eunuco. Soube de algumas coisas sem importância e escrevi algumas cartas, mas foi tudo...

Tudo? Espiou-me e vendeu-me aos meus inimigos!

– Durante algum tempo. – Ele disse de má vontade. – Parei.

– Quando? Quando foi que parou?

– Enviei um relatório de Qarth, mas...

– De Qarth? – Dany esperara que tivesse parado muito antes. – O que foi que escreveu de Qarth? Que era agora um de meus homens, que não queria mais fazer parte das tramoias deles? – Sor Jorah não enfrentava o olhar dela. – Quando Khal Drogo morreu, pediu-me para ir consigo para Yi Ti e para o Mar de Jade. Esse desejo era seu ou de Robert?

– Isso era para protegê-la – insistiu ele. – Para mantê-la longe deles. Eu sabia que cobras eles eram...

– Cobras? E o que é você, sor? – ocorreu-lhe algo indizível. – Contou-lhes que eu esperava o filho de Drogo...

Khaleesi...

– Que nem pense em negá-lo, sor – disse em tom penetrante Sor Barristan. – Eu estava presente quando o eunuco contou isso ao conselho, e Robert decretou que Sua Graça e o seu filho tinham de morrer. Você foi a fonte, sor. Até se falou que poderia realizar o ato em troca de perdão.

– Mentira. – O rosto de Sor Jorah tornou-se sombrio. – Eu nunca... Daenerys, fui eu quem impediu que bebesse o vinho.

– Sim. E como foi que soube que o vinho estava envenenado?

– Eu... eu apenas suspeitava... a caravana tinha trazido uma carta de Varys, prevenindo-me de que haveria atentados. Ele a queria vigiada, é certo, mas não machucada. – Ajoelhou-se. – Se não lhes tivesse dito nada, alguém o teria feito. Sabe disso.

– O que eu sei é que me traiu. – Tocou a barriga, onde o filho Rhaego perecera. – O que sei é que um envenenador tentou matar o meu filho graças a você. É isso o que eu sei.

– Não... não. – Ele sacudiu a cabeça. – Eu nunca quis... perdoe-me. Tem de me perdoar.

Tenho? – era tarde demais. Ele devia ter começado por suplicar perdão. Não podia perdoá-lo como tinha pretendido. Ela tinha arrastado o vendedor de vinhos preso ao cavalo até nada restar dele. Não mereceria o mesmo o homem que o trouxera? Este é Jorah, o meu urso feroz, o braço direito que nunca me falhou. Estaria morta sem ele, mas... – Não posso perdoá-lo – disse. – Não posso.

– Perdoou o velho...

– Ele mentiu para mim a respeito do nome. Você vendeu os meus segredos aos homens que mataram meu pai e roubaram o trono de meu irmão.

– Protegi-a. Lutei por você. Matei por você.

Beijou-me, pensou ela, traiu-me.

– Entrei nos esgotos como se fosse uma ratazana. Por você.

Poderia ter sido uma bondade se lá tivesse morrido. Dany nada disse. Nada havia a dizer.

– Daenerys – disse ele –, eu amei-a.

E aí estava. Três traições conhecerá. Uma vez por sangue, uma vez por ouro e uma vez por amor.

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