Читаем A Tormenta de Espadas полностью

– Aí vêm as nossas flechas para o café da manhã – anunciou Pyp alegremente, tal como fazia todas as manhãs. É bom que ele possa fazer disso uma brincadeira, pensou Jon. Alguém tem de fazer. Três dias antes, uma dessas flechas do café da manhã tinha atingido o Alyn Vermelho da Mata de Rosas na perna. Quem se debruçasse o suficiente ainda conseguia ver o seu corpo junto à base da Muralha. Jon tinha de pensar que era melhor eles sorrirem da brincadeira de Pyp do que pensarem a respeito do cadáver de Alyn.

Os manteletes eram escudos de madeira inclinados, suficientemente largos para esconder cinco membros do povo livre. Os arqueiros empurravam-nos para perto da Muralha e depois ajoelhavam-se atrás deles para disparar suas flechas através de fendas abertas na madeira. Da primeira vez que os selvagens os tinham levado, Jon gritou por flechas incendiárias e deixou meia dúzia em chamas, mas depois disso Mance começou a cobri-los com peles cruas. Nem todas as flechas incendiárias do mundo seriam capazes de botar fogo nelas agora. Os irmãos tinham até começado a fazer apostas sobre qual das sentinelas de palha colecionaria mais flechas antes do fim. Edd Doloroso liderava com quatro, mas Othell Yarwyck, Tumberjon e Watt do Lago Longo tinham três cada. Também foi Pyp que começou a batizar os espantalhos com o nome dos irmãos desaparecidos.

– Faz com que pareça que há mais de nós – disse.

– Mais de nós com flechas espetadas na barriga – protestou Grenn, mas o hábito parecia dar ânimo aos irmãos, e assim Jon permitiu que os nomes ficassem e as apostas prosseguissem.

Na borda da Muralha, um ornamentado olho de Myr em latão apoiava-se em três longos pés. Meistre Aemon usara-o antigamente para contemplar as estrelas, antes de lhe falharem os olhos. Jon virou o tubo para baixo, a fim de observar o inimigo. Até aquela distância a enorme tenda branca de Mance Rayder, feita com peles de ursos-brancos, era inconfundível. As lentes de Myr traziam os selvagens para tão perto que Jon conseguia distinguir os rostos. Do próprio Mance não viu sinal naquela manhã, mas a sua mulher, Dalla, estava do lado de fora cuidando da fogueira, enquanto a irmã Val ordenhava uma cabra junto à tenda. Dalla parecia tão inchada que era uma surpresa conseguir se mover. O bebê deve chegar muito em breve, pensou Jon. Girou o olho para leste e procurou entre as tendas e árvores até encontrar a tartaruga. Aquilo também deve chegar muito em breve. Os selvagens tinham esfolado um dos mamutes mortos durante a noite e estavam amarrando firmemente a pele crua e ensanguentada à armação da tartaruga, mais uma camada por cima das peles de ovelha e outros animais. A tartaruga tinha um topo arredondado e oito enormes rodas, e sob as peles havia uma robusta armação de madeira. Quando os selvagens começaram a construí-la, Cetim pensou que estivessem fazendo um barco. Não se enganou por muito. A tartaruga era um casco virado ao contrário e aberto na frente e atrás; um edifício sobre rodas.

– Está pronta, não está? – perguntou Grenn.

– Quase. – Jon afastou os olhos. – Virá hoje, provavelmente. Encheu os barris?

– Todos. Congelaram bem durante a noite, o Pyp verificou.

Grenn tornara-se muito diferente do grande e desajeitado rapaz de pescoço vermelho de quem Jon ficara amigo. Tinha crescido quinze centímetros, o peito e os ombros tinham se alargado e não cortava o cabelo e a barba desde o Punho dos Primeiros Homens. Isso dava-lhe um aspecto tão enorme e hirsuto como se fosse um auroque, a alcunha zombeteira que Sor Alliser Thorne tinha colado nele durante o treino. Agora parecia cansado, porém. Quando Jon disse isso, ele assentiu.

– Ouvi os machados deles a noite toda. Não consegui dormir com todas as machadadas.

– Então vá dormir agora.

– Não preciso...

– Precisa. Quero que esteja descansado. Vá lá, não o deixo dormir durante a luta. – Obrigou-se a sorrir. – É o único que consegue mover estes malditos barris.

Grenn foi embora resmungando, e Jon voltou à lente, perscrutando o acampamento dos selvagens. De tempos em tempos, uma flecha passava por cima da sua cabeça, mas tinha aprendido a ignorá-las. Os tiros eram longínquos e o ângulo ruim, portanto, as chances de ser atingido eram pequenas. Continuou sem ver sinal de Mance Rayder no acampamento, mas viu Tormund Terror dos Gigantes e dois de seus filhos em volta da tartaruga. Os filhos lutavam com a pele de mamute enquanto Tormund roía uma perna assada de cabra e berrava ordens. Em outro local, localizou o troca-peles selvagem, Varamyr Seis-Peles, caminhando entre as árvores com seu gato-das-sombras em seu encalço.

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