Читаем A Tormenta de Espadas полностью

– Devíamos ter construído tapumes. – Jon pensou que conseguia ouvir o bater de machados na madeira, mas aquilo era provavelmente apenas o medo ressoando em seus ouvidos. Olhou para Grenn. – Agora.

Grenn pôs-se atrás de um barril, encostou o ombro nele, grunhiu, e começou a empurrar. Owen e Mully foram ajudá-lo. Empurraram o barril trinta centímetros, e depois mais trinta. E, de repente, desapareceu.

Ouviram o tump que o barril soltou ao atingir a Muralha na queda e então, muito mais alto, o estrondo da madeira sendo estilhaçada, seguido por berros e gritos. Cetim soltou um grito de vitória, e Owen Idiota começou a dançar aos círculos, enquanto Pyp se debruçava para fora e gritava:

– A tartaruga estava recheada de coelhos! Vejam-nos fugindo aos saltos!

Outra vez! – ladrou Jon, e Grenn e Barricas encostaram os ombros no barril seguinte e atiraram-no, rodopiando, pelo ar.

Quando terminaram, a parte da frente da tartaruga de Mance era uma ruína esmagada e lascada, e havia selvagens fugindo pela outra extremidade e esforçando-se por voltar ao acampamento. Cetim pegou sua besta e disparou alguns dardos contra eles, para botá-los para correr mais depressa. Grenn sorria abertamente através da barba, Pyp gracejava, e nenhum deles morreria naquele dia.

Amanhã, porém... Jon olhou de relance para a cabana. Restavam oito barris de cascalho onde havia doze alguns momentos antes. Percebeu então como estava cansado e quanto lhe doía o ferimento. Tenho de dormir. Pelo menos algumas horas. Podia pedir um pouco de vinho dos sonhos ao Meistre Aemon, isso ajudaria.

– Vou descer até a Torre do Rei – disse-lhes. – Chamem-me se Mance preparar alguma. Pyp, a Muralha é sua.

– Minha? – disse Pyp.

– Dele? – disse Grenn.

Sorrindo, deixou-os naquilo e desceu na gaiola.

Uma taça de vinho dos sonhos realmente ajudou. Assim que se estendeu na estreita cama de sua cela foi tomado pelo sono. Os sonhos foram esquisitos e sem forma, cheios de estranhas vozes, gritos e choros, e do som do berrante de guerra, soando grave e ruidoso, uma única nota trovejante que pairava no ar.

Quando acordou, o céu fora da fenda que lhe servia de janela mostrava-se negro, e quatro homens que não conhecia encontravam-se em pé à sua volta. Um trazia uma lanterna.

– Jon Snow – disse bruscamente o mais alto dos quatro –, enfie as botas e venha conosco.

O primeiro pensamento atordoado que teve foi que de algum modo a Muralha caíra enquanto dormia, que Mance Rayder tinha enviado mais gigantes ou outra tartaruga e que tinha aberto caminho através do portão. Mas quando esfregou os olhos viu que os estranhos estavam todos vestidos de negro. São homens da Patrulha da Noite, compreendeu Jon.

– Vou para onde? Quem são vocês?

O homem alto fez um gesto, e dois dos outros arrancaram Jon da cama. Com a lanterna a iluminar o caminho levaram-no da cela e subiram meia volta de escada, até o aposento privado do Velho Urso. Viu Meistre Aemon em pé junto da lareira, com as mãos fechadas em volta do punho de uma bengala de abrunheiro. Septão Cellador estava meio bêbado, como de costume, e Sor Wynton Stout dormia num banco de janela. Os outros irmãos eram-lhe estranhos. Todos menos um.

Imaculado em seu manto forrado de peles e suas botas polidas, Sor Alliser Thorne virou-se para dizer:

– Aí está o vira-casaca, senhor. O bastardo de Ned Stark, de Winterfell.

– Não sou nenhum vira-casaca, Thorne – disse friamente Jon.

– Veremos. – Na cadeira de couro por trás da mesa onde o Velho Urso escrevia as suas cartas estava sentado um homem grande, largo e queixudo que Jon não conhecia. – Sim, veremos – voltou a dizer. – Não irá negar que é Jon Snow, espero? O bastardo do Stark?

– Ele gosta de se chamar de Lorde Snow. – Sor Alliser era um homem magro, esguio, compacto e vigoroso, e naquele momento seus olhos cruéis estavam escuros de divertimento.

– Foi você quem me apelidou de Lorde Snow – disse Jon. Sor Alliser gostava de dar alcunhas aos rapazes que treinava, durante os tempos passados como mestre de armas de Castelo Negro. O Velho Urso enviara Thorne para Atalaialeste-do-Mar. Os outros devem ser homens de Atalaialeste. A ave chegou a Cotter Pyke e ele enviou-nos ajuda. – Quantos homens trouxe? – perguntou ao homem sentado atrás da mesa.

– Quem faz perguntas sou eu – respondeu o queixudo. – Foi acusado de quebrar seus votos, covardia e deserção, Jon Snow. Nega ter abandonado os seus irmãos à morte no Punho dos Primeiros Homens e nega ter se juntado ao selvagem Mance Rayder, o autoproclamado Rei-para-lá-da-Muralha?

Abandonado...? – Jon quase se engasgou com a palavra.

Meistre Aemon interveio então.

– Senhor, Donal Noye e eu discutimos estes assuntos quando Jon Snow voltou para junto de nós, e ficamos satisfeitos com as explicações dele.

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