Читаем A Tormenta de Espadas полностью

OH, E ELA ERA DOCE E PURA E BELA! A DONZELA COM MEL NOS CABELOS!

– Vai gostar tanto de Jardim de Cima quanto eu, sei que sim. – Margaery empurrou para trás uma madeixa solta dos cabelos de Sansa. – Assim que vir o castelo, nunca mais vai querer partir. E talvez não tenha que fazer isso.

CABELOS! CABELOS! A DONZELA COM MEL NOS CABELOS!

– Chiu, filha – disse a Rainha dos Espinhos em tom penetrante. – Sansa nem sequer nos disse que gostaria de ir até lá como visita.

– Ah, mas gostaria – disse Sansa. Jardim de Cima parecia ser o lugar com que sempre sonhara, como a bela corte mágica que um dia esperara encontrar em Porto Real.

– … CHEIROU O ODOR NO AR DE VERÃO. O URSO! O URSO! PRETO E CASTANHO E COBERTO DE PELO.

– Mas a rainha – prosseguiu Sansa –, ela não me deixará ir...

– Deixará. Sem Jardim de Cima, os Lannister não têm esperança de manter Joffrey no trono. Se o meu filho, o lorde idiota, pedir, ela não terá outra escolha a não ser conceder-lhe o pedido.

– Ele faria isso? – perguntou Sansa. – Ele pedirá?

A Senhora Olenna franziu a testa.

– Não vejo necessidade de lhe dar outra escolha. Claro, ele não faz a mínima ideia de nosso verdadeiro propósito.

CHEIROU O ODOR NO AR DE VERÃO!

Sansa franziu a testa.

– O nosso verdadeiro propósito, senhora?

FUNGOU E RUGIU E CHEIROU-O, BABÃO! MEL NO AR DE VERÃO!

– Tratar de casá-la em segurança, filha – disse a velha, enquanto o Abetouro berrava a velhíssima canção –, com o meu neto.

Casar com Sor Loras, oh... A respiração de Sansa ficou presa na garganta. Lembrou-se de Sor Loras em sua cintilante armadura de safiras, atirando-lhe uma rosa. Sor Loras vestido de seda branca, tão puro, inocente e belo. As covinhas nos cantos da boca quando sorria. A doçura de seu riso, o calor de sua mão. Só podia imaginar o que seria tirar sua túnica e acariciar a pele suave, ficar nas pontas dos pés e beijá-lo, correr os dedos por aqueles espessos caracóis castanhos e afogar-se em seus profundos olhos castanhos. Uma vermelhidão subiu por seu pescoço.

OH, SOU UMA DONZELA, E SOU PURA E BELA! NÃO DANÇAREI C’UM URSO PELUDO! UM URSO! UM URSO! NÃO DANÇAREI C’UM URSO PELUDO!

– Gostaria disso, Sansa? – perguntou Margaery. – Nunca tive uma irmã, só irmãos. Oh, por favor, diga que sim, por favor, diga que consentirá em se casar com meu irmão.

As palavras precipitaram-se para fora de sua boca.

– Sim, eu me caso. Nada me agradaria mais. Casar com Sor Loras, amá-lo...

Loras? – a Senhora Olenna fez uma expressão aborrecida. – Não seja tola, filha. A Guarda Real nunca se casa. Não lhe ensinaram nada em Winterfell? Estávamos falando de meu neto Willas. Ele é um pouco velho para você, com certeza, mas um rapaz adorável, apesar de tudo. Nem um pouquinho imbecil, e além disso herdeiro de Jardim de Cima.

Sansa sentiu vertigem; num instante sua cabeça estava cheia de sonhos sobre Loras, e no seguinte tinham-lhe tirado todos. Willas? Willas?

– Eu – disse, estupidamente. A cortesia é a armadura de uma senhora. Não pode ofendê-los, tenha cuidado com o que diz. – Eu não conheço Sor Willas. Nunca tive o prazer, minha senhora. Ele é... é um cavaleiro tão bom quanto os irmãos?

... ERGUEU-A NO AR C’UMA MÃO! O URSO! O URSO!

– Não – disse Margaery. – Nunca prestou juramento.

A avó franziu a testa.

– Conte a verdade à garota. O pobre rapaz é aleijado, e é assim que as coisas são.

– Foi ferido quando era escudeiro, ao participar de seu primeiro torneio – confidenciou Margaery. – O cavalo caiu e esmagou a perna de Willas.

– A culpa foi daquela serpente de Dorne, aquele Oberyn Martell. E o meistre dele também.

– QUIS UM CAVALEIRO, MAS VOCÊ É UM URSO! UM URSO! UM URSO! PRETO E CASTANHO E COBERTO DE PELO!

– Willas tem uma perna ruim mas um bom coração – disse Margaery. – Costumava ler para mim quando eu era uma menininha, e fazia desenhos das estrelas para mim. Vai amá-lo tanto como nós, Sansa.

‘SPERNEOU E CHOROU, A DONZELA TÃO BELA, MAS ELE LAMBEU-LHE O MEL DOS CABELOS. CABELOS! CABELOS! LAMBEU-LHE O MEL DOS CABELOS!

– Quando poderei conhecê-lo? – perguntou Sansa, hesitante.

– Em breve – prometeu Margaery. – Quando for a Jardim de Cima, depois de Joffrey e eu nos casarmos. Minha avó vai levá-la.

Перейти на страницу: