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– Vai gostar tanto de Jardim de Cima quanto eu, sei que sim. – Margaery empurrou para trás uma madeixa solta dos cabelos de Sansa. – Assim que vir o castelo, nunca mais vai querer partir. E talvez não tenha que fazer isso.
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– Chiu, filha – disse a Rainha dos Espinhos em tom penetrante. – Sansa nem sequer nos disse que gostaria de ir até lá como visita.
– Ah, mas gostaria – disse Sansa. Jardim de Cima parecia ser o lugar com que sempre sonhara, como a bela corte mágica que um dia esperara encontrar em Porto Real.
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– Mas a rainha – prosseguiu Sansa –, ela não me deixará ir...
– Deixará. Sem Jardim de Cima, os Lannister não têm esperança de manter Joffrey no trono. Se o meu filho, o lorde idiota, pedir, ela não terá outra escolha a não ser conceder-lhe o pedido.
– Ele faria isso? – perguntou Sansa. – Ele pedirá?
A Senhora Olenna franziu a testa.
– Não vejo necessidade de lhe dar outra escolha. Claro, ele não faz a mínima ideia de nosso verdadeiro propósito.
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Sansa franziu a testa.
– O nosso verdadeiro propósito, senhora?
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– Tratar de casá-la em segurança, filha – disse a velha, enquanto o Abetouro berrava a velhíssima canção –, com o meu neto.
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– Gostaria disso, Sansa? – perguntou Margaery. – Nunca tive uma irmã, só irmãos. Oh, por favor, diga que sim, por favor, diga que consentirá em se casar com meu irmão.
As palavras precipitaram-se para fora de sua boca.
– Sim, eu me caso. Nada me agradaria mais. Casar com Sor Loras, amá-lo...
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Sansa sentiu vertigem; num instante sua cabeça estava cheia de sonhos sobre Loras, e no seguinte tinham-lhe tirado todos.
– Eu – disse, estupidamente.
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– Não – disse Margaery. – Nunca prestou juramento.
A avó franziu a testa.
– Conte a verdade à garota. O pobre rapaz é aleijado, e é assim que as coisas são.
– Foi ferido quando era escudeiro, ao participar de seu primeiro torneio – confidenciou Margaery. – O cavalo caiu e esmagou a perna de Willas.
– A culpa foi daquela serpente de Dorne, aquele Oberyn Martell. E o meistre dele também.
– Willas tem uma perna ruim mas um bom coração – disse Margaery. – Costumava ler para mim quando eu era uma menininha, e fazia desenhos das estrelas para mim. Vai amá-lo tanto como nós, Sansa.
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– Quando poderei conhecê-lo? – perguntou Sansa, hesitante.
– Em breve – prometeu Margaery. – Quando for a Jardim de Cima, depois de Joffrey e eu nos casarmos. Minha avó vai levá-la.