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Quando a libertou, seus longos cabelos ruivos caíram em cascata pelas costas e sobre os ombros. A rede de prata tecida pendia de seus dedos, com o fino metal a brilhar suavemente, e as pedras negras ao luar. Ametistas negras de Asshai. Uma delas tinha desaparecido. Sansa levantou a rede para ver melhor. Havia uma mancha escura no encaixe de prata de onde a pedra caíra.

Um súbito terror preencheu-a. O coração martelou contra suas costelas, e por um instante prendeu a respiração. Por que estou tão assustada? É só uma ametista, uma ametista negra de Asshai, nada mais. Devia estar solta no engaste, só isso. Estava solta e caiu, e agora jaz num ponto qualquer da sala do trono, ou no pátio, a menos que...

Sor Dontos tinha dito que a rede para cabelos era mágica, que a levaria para casa. Disse que ela devia usá-la naquela noite, no banquete de casamento de Joffrey. O fio de prata estendia-se, apertado, sobre os nós de seus dedos. Esfregou com o polegar o buraco onde a pedra estivera. Tentou parar, mas os dedos não lhe pertenciam. O polegar era atraído para o buraco, como a língua é atraída para um dente em falta. Que tipo de magia? O rei estava morto, o rei cruel que tinha sido o seu galante príncipe mil anos antes. Se Dontos havia mentido a respeito da rede para cabelos, teria mentido também sobre o resto? E se não vier? E se não houver nenhum navio, nenhum barco no rio, nenhuma fuga? O que lhe aconteceria se assim fosse?

Ouviu um tênue restolhar de folhas, e enfiou a rede de prata bem fundo no bolso do manto.

– Quem está aí? – gritou. – Quem é? – O bosque sagrado encontrava-se escuro e sombrio, e os sinos carregavam Joff para a sepultura.

– Eu. – Ele saiu cambaleando de debaixo das árvores, caindo de bêbado. Pegou no seu braço para se equilibrar. – Doce Jonquil, eu vim. O seu Florian veio, não tenha medo.

Sansa afastou-se do toque dele.

– Disse que eu devia usar a rede para cabelos. A rede de prata com... que tipo de pedras são estas?

– Ametistas. Ametistas negras de Asshai, senhora.

– Elas não são ametistas coisa nenhuma. São? São? Você mentiu.

– Ametistas negras – jurou ele. – Havia magia nelas.

– Havia assassinato nelas!

– Mais baixo, senhora, mais baixo. Assassinato não. Ele engasgou-se com a torta de pombo. – Dontos gargalhou. – Oh, torta saborosa, tão saborosa. Prata e pedras, é tudo que era, prata, pedras e magia.

Os sinos repicavam e o vento fazia um ruído igual ao que ele tinha feito ao tentar inspirar uma golfada de ar.

– Envenenou-o. Foi isso. Tirou uma pedra dos meus cabelos...

– Chiu, será a nossa morte. Eu não fiz nada. Venha, temos de ir, eles vão nos procurar. O seu esposo foi preso.

– Tyrion? – disse ela, chocada.

– A senhora tem outro esposo? O Duende, o tio anão, ela pensa que foi ele quem matou o rei. – Dontos agarrou a mão dela e puxou-a. – Por aqui, temos de ir, depressa, não tenha medo.

Sansa seguiu-o sem resistir. “Nunca consegui tolerar os choros das mulheres”, Joff havia dito uma vez, mas a mãe dele era a única mulher que chorava agora. Nas histórias da Velha Ama os gramequins fabricavam coisas mágicas que eram capazes de fazer com que um desejo se tornasse realidade. Será que desejei a sua morte?, perguntou a si mesma, antes de se lembrar que já tinha idade para não acreditar em gramequins.

– Tyrion envenenou-o? – sabia que o seu esposo anão odiava o sobrinho. Poderia realmente tê-lo matado? Será que sabia da minha rede para cabelo, das ametistas negras? Ele levou vinho a Joff. Como era possível sufocar alguém pondo uma ametista no vinho? Se Tyrion fez isso, eles julgarão que eu também desempenhei um papel, compreendeu com um sobressalto de medo. E por que não? Eram marido e mulher, e Joff matara seu pai e zombara dela a propósito da morte do irmão. Uma carne, um coração, uma alma.

– Silêncio agora, doçura – disse Dontos. – Fora do bosque sagrado, não podemos fazer um som. Puxe o capuz e esconda o rosto. – Sansa assentiu e fez o que ele dizia.

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