– Está mortalmente pálida, senhora – disse Tyrion. – Precisa respirar um pouco de ar fresco e eu preciso de um gibão lavado. – Ergueu-se e ofereceu-lhe um braço. – Venha.
Mas antes de conseguirem se retirar, Joffrey voltou.
– Tio, aonde vai? É o meu copeiro, esqueceu?
– Preciso vestir um traje limpo, Vossa Graça. Posso ter a sua licença?
– Não. Gosto do aspecto que tem. Sirva-me o vinho.
O cálice do rei encontrava-se na mesa, onde ele o deixara. Tyrion teve de voltar a subir na cadeira a fim de alcançá-lo. Joff arrancou-o de suas mãos e bebeu longa e profundamente, com a garganta se agitando enquanto o vinho lhe escorria, purpúreo, pelo queixo.
– Senhor – disse Margaery –, devíamos regressar aos nossos lugares. Lorde Buckler quer fazer um brinde à nossa saúde.
– Meu tio não comeu sua torta de pombo. – Segurando o cálice com uma mão, Joff enfiou a outra na torta de Tyrion. – Não comer a torta traz má sorte – ralhou com ele enquanto enchia a boca com pombo quente e condimentado. – Está vendo? É boa. – Cuspindo flocos de crosta, tossiu e serviu-se de outro bocado. – Mas está seca. Precisa ser empurrada para baixo. – Joff bebeu um trago de vinho e voltou a tossir, com mais violência. – Quero ver,
Margaery olhou-o com preocupação.
– Vossa Graça?
– É,
– Ele está sufocando – arquejou a Rainha Margaery.
A avó pôs-se ao seu lado.
– Ajudem o pobre rapaz! – guinchou a Rainha dos Espinhos, com uma voz que era dez vezes maior do que ela. –
Sor Garlan afastou Tyrion com um empurrão e começou a bater nas costas de Joffrey. Sor Osmund Kettleblack rasgou o colarinho do rei. Um terrível som forte e agudo emergiu da garganta do rapaz, o som de um homem que tentava sugar um rio através de um caniço; então parou, e isso foi ainda mais terrível.
– Virem-no ao contrário! – berrou Mace Tyrrell para todos e para ninguém. – Virem-no ao contrário, sacudam-no pelos calcanhares!
Uma voz diferente estava gritando:
– Água, deem-lhe um pouco de
Sor Meryn abriu a boca do rei para lhe enfiar uma colher goela abaixo. Quando fez isso, os olhos do rapaz encontraram-se com os de Tyrion.
– Nããããão – uivou Cersei – Pai, ajude-o, alguém o ajude, o meu filho, o meu
Tyrion deu por si pensando em Robb Stark.