Joffrey e Margaery entraram na sala do trono montados em cavalos brancos combinando. Pajens corriam à frente deles, espalhando pétalas de rosa sob os cascos. O rei e a rainha também tinham se trocado para o banquete. Joffrey usava calções com listras negras e carmesim e um gibão de pano de ouro com mangas de cetim negro e rebites de ônix. Margaery trocou o vestido recatado que tinha usado no septo por outro muito mais revelador, um traje de samito verde-claro com um corpete em renda miúda que lhe desnudava os ombros e a parte superior de seus pequenos seios. Soltos, os suaves cabelos castanhos caíam sobre seus ombros brancos e desciam pelas costas quase até a cintura. Na testa trazia uma esguia coroa de ouro. Seu sorriso era tímido e doce.
A Guarda Real escoltou-os até o estrado, até os lugares de honra à sombra do Trono de Ferro, envolto para a ocasião em longas flâmulas do dourado Baratheon, do carmesim Lannister e do verde Tyrell. Cersei abraçou Margaery e beijou suas bochechas. Lorde Tywin fez o mesmo, e o mesmo fizeram Lancel e Sor Kevan. Joffrey recebeu beijos de carinho do pai da noiva e de seus dois novos irmãos, Loras e Garlan. Ninguém pareceu muito ansioso por beijar Tyrion. Depois do rei e da rainha ocuparem seus lugares, o Alto Septão levantou-se para comandar uma prece.
Ele e Sansa tinham sido postos em lugares distantes à direita do rei, ao lado de Sor Garlan Tyrell e de sua esposa, a Senhora Leonette. Havia uma dúzia de outros convivas sentados mais perto de Joffrey, o que um homem mais suscetível teria tomado como uma afronta, dado ter sido Mão do Rei não muito tempo antes. Tyrion teria se sentido contente se esses convivas tivessem sido cem.
– Que as taças sejam enchidas! – proclamou Joffrey, depois que os deuses receberam o que lhes era devido. Seu copeiro despejou um jarro inteiro de escuro tinto da Árvore no cálice nupcial de ouro que Lorde Tyrell lhe dera naquela manhã. O rei teve de usar ambas as mãos para erguê-lo. –
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O primeiro prato era uma sopa cremosa de cogumelos e caracóis na manteiga, servida em tigelas douradas. Tyrion quase não tocara no café da manhã, e o vinho já tinha lhe subido à cabeça, por isso a comida era bem-vinda. Terminou depressa.
Sansa provou uma colherada de sopa e afastou a tigela.
– Não lhe agrada, senhora? – perguntou Tyrion.
– Haverá tanta coisa, senhor. Tenho uma barriga pequena. – Remexeu nervosamente nos cabelos e olhou ao longo da mesa para onde Joffrey se encontrava com a sua rainha Tyrell.