Ouviu-os em aclamações lá fora antes mesmo de chegar às portas. A multidão amava tanto Margaery que estava até disposta a voltar a amar Joffrey. Ela pertencera a Renly, o belo e jovem príncipe que os amava tanto que tinha voltado da sepultura para salvá-los. E a prodigalidade de Jardim de Cima chegara com ela, fluindo do sul pela estrada de rosas. Os palermas não pareciam lembrar-se de que foi Mace Tyrell quem
Saíram para o ar puro de outono.
– Temi que nunca conseguíssemos fugir – gracejou Tyrion.
Sansa não teve alternativa a olhá-lo.
– Eu... sim, senhor. É como diz. – Parecia triste. – Mas foi uma cerimônia tão bela.
– Foi longa, é o que tenho a dizer. Preciso voltar ao castelo para uma boa mijada. – Tyrion esfregou o que lhe restava de nariz. – Gostaria de ter inventado uma missão qualquer que me levasse para fora da cidade. O Mindinho é que foi esperto.
Joffrey e Margaery estavam rodeados pela Guarda Real no topo dos degraus que davam para a grande praça de mármore. Sor Addam e seus homens de manto dourado mantinham a multidão afastada, enquanto a estátua do Rei Baelor, o Abençoado, os fitava com benevolência. Tyrion não teve alternativa exceto juntar-se à fila, com os demais, para dar os parabéns ao casal. Beijou os dedos de Margaery e desejou-lhe todas as felicidades. Felizmente, havia outras pessoas atrás deles esperando sua vez, e não precisaram demorar muito tempo.
A liteira tinha ficado ao sol, e dentro fazia muito calor. Quando entraram em movimento, Tyrion reclinou-se sobre um cotovelo e Sansa sentou-se, de olhos fixos nas mãos.
– Tenho andado pensando que, quando as estradas estiverem de novo seguras, podíamos fazer uma viagem a Rochedo Casterly. –
Ela levantou lentamente a cabeça. Sabia o que a garota estava vendo; a testa brutal e inchada, o toco em carne viva do nariz, a cicatriz cor-de-rosa e irregular e os olhos desiguais. Os olhos dela eram grandes, azuis e vazios.
– Irei aonde quer que o senhor meu esposo desejar.
– Esperava que pudesse agradá-la, senhora.
– Será do meu agrado agradar ao meu senhor.
A boca dele comprimiu-se.
– Não, foi uma ideia tola. Só um Lannister pode amar o Rochedo.
– Sim, senhor. Como desejar.
Tyrion ouvia os plebeus gritarem o nome do Rei Joffrey.
Passaram o resto da viagem em silêncio. Após algum tempo, Tyrion viu-se esperando que Sansa dissesse alguma coisa, fosse o que fosse, a mais insignificante das palavras, mas ela não falou. Quando a liteira parou no pátio do castelo, permitiu que um dos palafreneiros a ajudasse a descer.
– Somos esperados no banquete dentro de uma hora, senhora. Irei encontrá-la em breve. – Afastou-se sobre pernas duras. Ouviu as gargalhadas sem fôlego de Margaery do outro lado do pátio enquanto Joffrey a tirava da sela.