Читаем A Tormenta de Espadas полностью

– É. – Sor Loras soltou uma gargalhada. Ele tem a mais quente das gargalhadas, pensou Sansa enquanto o jovem prosseguia – Mas é melhor que não use esse nome na presença dela, caso contrário é provável que seja espetada.

Sansa corou. Qualquer idiota teria compreendido que nenhuma mulher ficaria feliz por ser chamada de “Rainha dos Espinhos”. Talvez eu seja mesmo tão burra quanto Cersei Lannister diz. Tentou desesperadamente pensar em algo inteligente e encantador para lhe dizer, mas a esperteza a tinha abandonado. Quase lhe disse como era belo, até se lembrar de que já tinha feito isso.

Mas ele era belo. Parecia mais alto do que quando o vira pela primeira vez, mas mantinha a agilidade e a graciosidade, e Sansa nunca vislumbrara outro garoto com olhos tão maravilhosos. Mas ele não é um garoto, é um homem-feito, um cavaleiro da Guarda Real. Achou que sua aparência era ainda melhor de branco do que com o verde e dourado da Casa Tyrell. O único ponto de cor que havia nele agora era o broche que prendia seu manto; a rosa de Jardim de Cima trabalhada em ouro mole amarelo, aninhada em uma base de delicadas folhas verdes de jade.

Sor Balon Swann abriu a porta de Maegor para eles passarem. Estava também todo de branco, embora a cor nem de perto o vestisse tão bem quanto a Sor Loras. Para lá do fosso dos espigões, duas dúzias de homens treinavam com espadas e escudos. Com o castelo tão cheio, o pátio exterior fora dado aos visitantes, para ali levantarem suas tendas e pavilhões, deixando apenas os pátios interiores, menores, para os treinos. Um dos gêmeos Redwyne estava sendo encurralado por Sor Tallad, com os olhos postos em seu escudo. O atarracado Sor Kennos, de Kayce, que mostrava os dentes e bufava sempre que erguia a espada, parecia estar se defendendo bem contra Osney Kettleblack, mas o irmão de Osney, Sor Osfryd, castigava violentamente o escudeiro com cara de rã, Morros Slynt. Com ou sem espadas embotadas, Slynt teria uma rica safra de hematomas na manhã seguinte. Sansa estremeceu só de ver. Eles mal acabaram de enterrar os mortos da última batalha e já estão treinando para a próxima.

Na extremidade do pátio, um cavaleiro solitário, com um par de rosas douradas no escudo, defendia-se de três oponentes. Precisamente no momento em que Sansa os observava, o cavaleiro golpeou um dos oponentes na parte lateral da cabeça, deixando-o sem sentidos.

– Aquele é seu irmão? – perguntou Sansa.

– Sim, senhora – disse Sor Loras. – Garlan treina frequentemente contra três homens, ou mesmo quatro. Ele diz que em batalha é raro que se lute um contra um, e por isso gosta de estar preparado.

– Deve ser muito corajoso.

– É um grande cavaleiro – respondeu Sor Loras. – Na verdade, é melhor espadachim do que eu, embora eu seja melhor lanceiro.

– Eu me lembro – disse Sansa. – Cavalga maravilhosamente, sor.

– A senhora é amável por dizer tal coisa. Quando foi que me viu montar?

– No torneio da Mão, não se recorda? Montou um corcel branco, e sua armadura era feita de uma centena de diferentes espécies de flores. Você me deu uma rosa. Uma rosa vermelha. Nesse dia atirou rosas brancas às outras mulheres. – Falar daquilo fazia-a corar. – Disse que nenhuma vitória possuía sequer metade da minha beleza.

Sor Loras dirigiu-lhe um sorriso modesto.

– Disse apenas uma verdade simples, que qualquer homem com olhos pode ver.

Ele não se lembra, compreendeu Sansa, sobressaltada. Está só sendo gentil comigo, não se lembra de mim, da rosa ou de qualquer outra coisa. Tivera tanta certeza de que o acontecimento tinha significado algo, de que tinha significado tudo. Uma rosa vermelha, e não branca.

– Foi depois de ter derrubado Sor Robar Royce – disse ela, desesperada.

Ele tirou a mão de seu braço.

– Matei Robar em Ponta Tempestade, senhora. – Não estava se vangloriando; sua voz soava triste.

Ele e outro dos homens da Guarda Arco-Íris do Rei Renly, sim. Sansa ouviu as mulheres falar disso em volta do poço, mas por um momento tinha se esquecido.

– Foi quando Lorde Renly foi morto, não foi? Que coisa terrível para sua pobre irmã.

– Para Margaery? – a voz dele estava tensa. – Com certeza. Mas ela estava em Pontamarga. Não viu nada.

– Mesmo assim, quando ouviu a notícia...

Sor Loras afagou ligeiramente o cabo da espada com a mão. O punho era de couro branco, o botão, uma rosa de alabastro.

– Renly está morto. Robar também. Por que falar deles?

A aspereza em seu tom pegou-a desprevenida.

– Eu... senhor, eu... não pretendia ofendê-lo, sor.

Перейти на страницу: