Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Tyrion sabia, por longa experiência, que Sor Kevan era a vanguarda do pai nos conselhos; nunca tinha um pensamento que antes não tivesse passado pela cabeça de Lorde Tywin. Tudo já foi combinado com antecedência, concluiu, e esta discussão não passa de um espetáculo.

As ovelhas baliam o seu acordo, sem se darem conta da limpeza com que tinham sido tosquiadas, por isso, coube a Tyrion levantar objeções.

– Como a coroa pagará as suas dívidas sem Lorde Petyr? Ele é o nosso mago da moeda, e não temos ninguém que o substitua.

Mindinho sorriu.

– Meu pequeno amigo é gentil demais. Tudo que faço é contar cobres, como o Rei Robert costumava dizer. Qualquer mercador inteligente poderia se sair igualmente bem... e um Lannister, abençoado com o toque de ouro de Rochedo Casterly, irá sem dúvida ultrapassar-me em muito.

– Um Lannister? – aquilo deu a Tyrion um mau pressentimento.

Os olhos salpicados de ouro de Lorde Tywin encontraram-se com os olhos desiguais do filho.

– É admiravelmente adequado para a tarefa, creio eu.

– Deveras! – disse cordialmente Sor Kevan. – Não tenho dúvidas de que será um magnífico mestre da moeda, Tyrion.

Lorde Tywin virou-se de novo para Mindinho.

– Se Lysa Arryn recebê-lo como esposo e regressar à paz do rei, devolveremos a Robert o título de Protetor do Leste. Quando pode partir?

– Amanhã, se os ventos permitirem. Há uma galé de Bravos ao largo, para lá da corrente, embarcando carga por intermédio de barcos. O Rei Bacalhau. Falarei com o seu capitão a propósito de uma cabine.

– Faltará ao casamento do rei – disse Mace Tyrell.

Petyr Baelish encolheu os ombros.

– As marés e as noivas não esperam por ninguém, senhor. Assim que se iniciem as tempestades de outono, a viagem vai se tornar muito mais perigosa. O afogamento certamente diminuiria meus encantos como noivo.

Lorde Tyrell soltou um risinho.

– É verdade. É melhor que não se demore.

– Que os deuses o acompanhem em sua viagem – disse o Alto Septão. – Todos em Porto Real rezarão por seu sucesso.

Lorde Redwyne apertou o nariz.

– Podemos voltar ao problema da aliança Greyjoy? A meu ver, há muito a ser dito em seu favor. Os dracares Greyjoy reforçarão a minha frota e vão nos dar força suficiente no mar para assaltar Pedra do Dragão e pôr fim às pretensões de Stannis Baratheon.

– Os dracares do Rei Balon no momento estão ocupados – disse educadamente Lorde Tywin –, assim como nós. Greyjoy exige metade do reino como preço por uma aliança, mas o que fará para merecê-lo? Lutar contra os Stark? Já está fazendo isso. Por que havemos de pagar por aquilo que nos deu de graça? A melhor coisa a fazer a respeito de nosso senhor de Pyke é nada, a meu ver. Com tempo suficiente, uma alternativa melhor poderá se apresentar. Uma alternativa que não exija que o rei abra mão de metade de seu reino.

Tyrion observou o pai com atenção. Há alguma coisa que ele não está dizendo. Lembrou-se daquelas cartas importantes que Lorde Tywin estava escrevendo na noite em que Tyrion exigiu Rochedo Casterly. O que foi que ele disse? Algumas batalhas ganham-se com espadas e lanças, outras com penas e corvos... Perguntou a si mesmo quem seria a “melhor alternativa”, e que tipo de preço estaria exigindo.

– Talvez devêssemos passar ao casamento – disse Sor Kevan.

O Alto Septão falou dos preparativos que estavam sendo feitos no Grande Septo de Baelor, e Cersei detalhou os planos que tinha feito para o banquete. Iriam ter mil convidados na sala do trono, mas muitos mais lá fora, nos pátios. Os pátios exterior e intermediário seriam cobertos por toldos de seda, com mesas de comida e barris de cerveja para todos os que não pudessem ser acomodados no salão.

– Vossa Graça – disse o Grande Meistre Pycelle –, em relação ao número de convidados... recebemos um corvo de Lançassolar. Trezentos dorneses vêm a caminho de Porto Real neste exato momento e esperam chegar antes da boda.

– Vêm como? – perguntou bruscamente Mace Tyrell. – Não pediram autorização para atravessar as minhas terras. – Tyrion reparou que seu grosso pescoço havia se tornado vermelho-escuro. Dorneses e o povo de Jardim de Cima nunca tinham tido grande simpatia uns pelos outros; ao longo dos séculos, tinham travado incontáveis guerras fronteiriças, além de desencadearem ataques para lá e para cá, atravessando montanhas e campinas, mesmo em tempo de paz. A inimizade atenuara-se um pouco depois de Dorne ter se tornado parte dos Sete Reinos... até que o príncipe dornês que chamavam de Víbora Vermelha aleijou o jovem herdeiro de Jardim de Cima num torneio. Isso pode vir a ser constrangedor, pensou o anão, esperando para ver como o pai lidaria com o assunto.

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