– Sua jovem senhora tem um jeitinho tão agradável. Se fosse você, tomaria conta dela muito bem.
– É o que pretendo fazer. Qualquer homem que tente machucá-la… Bem, eu sou pequeno demais para ser um Orelha Negra, e não me considero valente –
– Vou deixá-lo – Varys se levantou. – Sei como deve estar cansado. Só quis lhe dar as boas-vindas, senhor, e dizer como me sinto feliz pela sua chegada. Precisamos demais de você no conselho. Viu o cometa?
– Eu sou baixo, mas não cego – Tyrion devolveu.
Na estrada do rei, parecia cobrir metade do céu, superando em brilho o crescente da lua.
– Nas ruas é chamado de Mensageiro Vermelho – Varys continuou. – Dizem que chegou como um arauto perante um rei, a fim de prevenir do sangue e fogo que estão para vir – o eunuco esfregou as mãos empoadas. – Posso deixá-lo com um pequeno enigma, Lorde Tyrion? – não esperou resposta. – Numa sala estão sentados três grandes homens, um rei, um sacerdote e um homem rico com o seu ouro. Entre eles está um mercenário, um homem pequeno, de nascimento comum e sem grande inteligência. Cada um dos grandes pede a ele para matar os outros dois. “Faça isso”, diz o rei, “pois eu sou seu governante por direito”. “Faça isso”, diz o sacerdote, “pois estou ordenando em nome dos deuses”. “Faça isso”, diz o rico, “e todo este ouro será seu”. Agora, diga-me: Quem sobrevive e quem morre?
Com uma profunda reverência, o eunuco apressou-se em sair da sala comum, os pés com chinelos macios.
Depois de ele sair, Chella fungou, e Shae franziu seu lindo rosto.
– O rico sobrevive, não é?
Tyrion bebericou o vinho, pensativo.
– Talvez. Ou talvez não. Parece que dependeria do mercenário – ele pousou a taça. – Anda, vamos para cima.
Ela teve de esperá-lo no topo da escada, pois tinha pernas magras e flexíveis, ao passo que as dele eram curtas, deformadas e cheias de dores. Mas sorria quando Tyrion a alcançou.
– Sentiu a minha falta? – ela brincou quando pegou a mão dele.
– Desesperadamente – admitiu Tyrion. Shae tinha pouco mais de um metro e meio, e mesmo assim ele era obrigado a olhar para cima… Mas, no caso dela, descobriu que não se importava. Era um motivo lindo para se erguer o olhar.
– Vai sentir a minha falta durante todo o tempo que passar na sua Fortaleza Vermelha – ela disse enquanto o levava para o quarto. – Sozinho, na sua cama fria, na sua Torre da Mão.
– É bem verdade.
Tyrion teria levado Shae junto de bom grado, mas o senhor seu pai o proibira.
– Não estará longe – prometeu. – Terá uma casa, com guardas e criados, e visitarei você tantas vezes quantas conseguir.
Shae fechou a porta com um chute. Através da moldura enevoada da estreita janela, conseguia ver o Grande Septo de Baelor coroando a Colina de Visenya, mas Tyrion estava distraído por uma vista diferente. Dobrando-se, Shae pegou o vestido pela bainha, despiu-o pela cabeça e o atirou para o lado. Não acreditava em roupa de baixo.
– Nunca vai conseguir descansar – ela disse, em pé, à sua frente, cor-de-rosa, nua e adorável, com uma mão apoiada no quadril. – Vai pensar em mim sempre que for para a cama. Depois, ficará duro, e não terá ninguém para ajudá-lo, e nunca será capaz de dormir, a não ser que… – e sorriu aquele sorriso malicioso de que Tyrion tanto gostava. – É por
– Cale a boca e me beije – ele ordenou.
Saboreou o vinho nos seus lábios e sentiu aqueles pequenos seios apertados contra ele, enquanto as mãos dela desciam até o cordão dos seus calções.
– Meu leão – Shae sussurrou quando ele interrompeu o beijo para se despir. – Meu querido senhor, meu gigante de Lannister.
Tyrion empurrou-a sobre a cama. Quando a penetrou, ela gritou alto o suficiente para acordar Baelor, o Abençoado, na sepultura, e as unhas deixaram marcas nas costas dele. Ele nunca sentira uma dor de que gostasse tanto.
– Então, o que vai fazer senhor, agora que é a Mão do Rei? – Shae perguntou, enquanto ele enchia a mão com aquela carne quente e adorável.
– Uma coisa que Cersei jamais esperará – murmurou Tyrion suavemente contra seu pescoço magro. – Vou fazer… justiça.
Bran