Davos não queria deixá-lo assim.
– Salla...
–
E foi.
A caminhada desde o
Ao chegar aos portões do castelo, encontrou-os também fechados. Davos bateu com o punho na madeira reforçada com ferro. Quando não obteve resposta, chutou-a, uma e mais outra vez. Por fim, um besteiro surgiu no topo da barbacã, espreitando para baixo, entre duas grandes gárgulas.
– Quem vem lá?
Davos ergueu a cabeça e pôs as mãos em volta da boca.
– Sor Davos Seaworth, para falar com Sua Graça.
– Está bêbado? Vá embora e pare de bater.
Salladhor Saan prevenira-o. Davos tentou outra linha de ação.
– Então mande chamar meu filho. Devan, o escudeiro do rei.
O guarda franziu a testa.
– Quem você disse que era?
– Davos – gritou –, o cavaleiro das cebolas.
A cabeça desapareceu, voltando um momento mais tarde.
– Desapareça. O cavaleiro das cebolas morreu no rio. O navio dele queimou.
– O navio dele queimou – concordou Davos –, mas ele sobreviveu, e está aqui. Jate ainda é capitão do portão?
– Quem?
– Jate Blackberry. Ele me conhece bastante bem.
– Nunca ouvi falar. O mais certo é que esteja morto.
– Então Lorde Chyttering.
– Esse conheço. Ardeu na Água Negra.
– Will Cara-de-Anzol? Hal, o Porco?
– Morto e morto – disse o besteiro, mas seu rosto traiu uma súbita dúvida. – Espere aqui. – Voltou a desaparecer.
Davos esperou.
De repente, o besteiro regressou.
– Dê a volta até a porta de surtida, e vão deixá-lo entrar.
Davos fez o que lhe foi pedido. Os guardas que o admitiram eram estranhos para ele. Transportavam lanças e, no peito, usavam o símbolo da raposa e das flores da Casa Florent. Escoltaram-no não para o Tambor de Pedra, como esperava, mas fizeram-no passar sob o arco da Cauda do Dragão e através do Jardim de Aegon.
– Espere aqui – disse-lhe o sargento.
– Sua Graça sabe que eu voltei? – perguntou Davos.
– Sei lá, que se dane. Espere, já falei. – O homem foi embora, levando consigo os lanceiros.
O Jardim de Aegon tinha um agradável aroma de pinheiro e altas e escuras árvores erguiam-se por todos os lados. Também havia rosas silvestres, e grandes cercas vivas espinhosas, e um local pantanoso onde cresciam mirtilos.
Então ouviu um tênue tinir de sinos, e um risinho de criança, e de repente o bobo Cara-Malhada saltou dos arbustos arrastando os pés o mais depressa que conseguia, com a Princesa Shireen logo atrás.
– Volte aqui – ela vinha gritando. – Malhas, volte aqui.
Quando o bobo viu Davos, parou subitamente, com as campainhas em seu capacete de latão guarnecido de chifres fazendo
–
Virara-se para tossir na mão enluvada quando outra pequena silhueta saltou da cerca viva e esbarrou nele, atirando-o ao chão.
O rapaz também caiu, mas se levantou quase de imediato.
– Que está fazendo aqui? – quis saber enquanto se sacudia. Cabelos negros de azeviche caíam sobre seu colarinho, e os olhos eram de um azul surpreendente. – Não devia ficar na minha frente quando estou correndo.