– Hodor, hodor, hodor, hodor, hodor – cantarolou Hodor enquanto o sacudia suavemente pelos ombros, de um lado para o outro, de um lado para o outro. Estava tentando ser gentil, tentava sempre, mas Hodor tinha dois metros e dez de altura e era mais forte do que pensava, e suas enormes mãos faziam os dentes de Bran tremer.
–
Hodor parou, parecendo desconcertado.
– Hodor?
A floresta e os lobos tinham desaparecido. Bran estava outra vez de volta à úmida adega de uma antiga torre de vigia qualquer que devia ter sido abandonada havia milhares de anos. Agora não era bem uma torre. As pedras caídas estavam mesmo tão cobertas de musgo e hera que quase não se viam até se estar bem em cima delas. Bran tinha chamado o lugar de Torre Arruinada; mas fora Meera quem encontrara a descida para a adega.
– Esteve longe tempo demais. – Jojen Reed tinha treze anos, era só quatro mais velho do que Bran. Jojen também não era muito maior do que ele, não mais do que cinco centímetros, ou talvez seis, mas tinha uma maneira solene de falar que fazia com que parecesse mais velho e mais sábio do que realmente era. Em Winterfell, a Velha Ama o chamara de “pequeno avô”.
Bran franziu a testa para ele.
– Queria comer.
– Meera voltará em breve com o jantar.
– Estou farto de rãs. – Meera era uma papa-rãs do Gargalo, por isso Bran supunha que não podia realmente
– Marcou as árvores?
Bran corou. Jojen andava sempre lhe dizendo para fazer coisas quando abria o terceiro olho e colocava a pele de Verão. Arranhar a casca de uma árvore, ou pegar um coelho e trazê-lo na boca, ainda inteiro, empurrar algumas pedras para formar uma fila.
– Esqueci – disse.
– Você esquece sempre.
Era verdade. Ele pretendia fazer as coisas que Jojen pedia, mas assim que era lobo elas nunca pareciam importantes. Havia sempre coisas para ver e cheirar, um mundo verde inteiro onde caçar. E podia
– Eu era um príncipe, Jojen – disse ele ao garoto mais velho. – Era o príncipe da floresta.
– Você é um príncipe – lembrou-lhe Jojen com suavidade. – Lembra-se disso, não é verdade? Diga-me quem é.
– Você
– Quero que diga as palavras. Diga-me quem é.
– Bran – ele falou, sem vontade.
– E quem é o Verão? – perguntou Jojen.
– Meu lobo gigante. – Sorriu. – Príncipe do verde.
– Bran, o garoto, e Verão, o lobo. São, então, dois?
– Dois – suspirou – e um só. – Detestava Jojen quando ficava assim estúpido.
– Lembre-se disso, Bran. Lembre-se de
– Vai se lembrar? E da próxima vez, marque a árvore. Qualquer árvore, não importa qual, desde que o faça.
– Eu marcarei. Vou me lembrar. Podia voltar e fazer isso agora, se quiser. Dessa vez não me esquecerei. –
Jojen balançou a cabeça.
– Não. É melhor que fique e coma. Com a sua boca. Um