Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Sansa tentou se afastar, mas ele puxou-a para si e de repente a estava beijando. Debilmente, tentou contorcer-se, mas só conseguiu apertar-se mais contra ele. A boca dele estava sobre a sua, engolindo suas palavras. Mindinho tinha gosto de menta. Durante meio segundo, Sansa cedeu ao seu beijo... antes de virar o rosto para o lado e se arrancar de seu abraço.

– O que está fazendo?

Petyr endireitou o manto.

– Estou beijando uma donzela de neve.

– É suposto que beije a ela. – Sansa olhou de relance para a varanda de Lysa, mas estava agora vazia. – A senhora sua esposa.

– E beijo. Lysa não tem razões de queixa. – Sorriu. – Gostaria que pudesse se ver, senhora. É tão bela. Está coberta de neve como uma pequena cria de urso, mas o rosto está corado e quase não consegue respirar. Há quanto tempo está aqui? Deve estar com muito frio. Deixe-me aquecê-la, Sansa. Tire as luvas, dê-me as suas mãos.

– Não dou. – Ele soava quase como Marillion, na noite em que o cantor se embebedara durante o casamento. Porém, dessa vez Lothor Brune não surgiria para salvá-la; Sor Lothor era um homem de Petyr. – Não devia ter me beijado. Eu poderia ser sua filha...

– Poderia – admitiu ele, com um sorriso triste. – Mas não é, certo? É filha de Eddard Stark e de Cat. Mas acho que talvez seja ainda mais bela do que a sua mãe, quando tinha a sua idade.

– Petyr, por favor. – A voz soava tão fraca. – Por favor...

– Um castelo!

A voz era sonora, estridente e infantil. Mindinho virou-se.

– Lorde Robert. – Esboçou uma reverência. – Devia estar na neve sem as suas luvas?

– Foi você que fez o castelo de neve, Lorde Mindinho?

– A Alayne fez a maior parte, senhor.

Sansa disse.

– Era para ser Winterfell.

– Winterfell? – Robert era pequeno para oito anos, um espeto de menino com pele manchada e olhos que estavam sempre lacrimejando. Debaixo de um braço trazia o puído boneco de pano que levava para todo lado.

– Winterfell é a sede da Casa Stark – disse Sansa ao seu futuro marido. – O grande castelo do Norte.

– Não é assim tão grande. – O menino ajoelhou perante a guarita. – Olhe, aqui vem um gigante para botá-lo abaixo. – Pôs o boneco em pé na neve e moveu-o aos trancos. – Tumba-tumba, sou um gigante, sou um gigante – cantarolou. – Ho-ho-ho, abra os portões, senão trituro-os e esmago-os. – Balançando o boneco pelas pernas, derrubou o topo de uma das torres da guarita e depois a outra.

Aquilo foi mais do que Sansa podia suportar.

– Robert, pare com isso.

Mas em vez de parar, ele voltou a balançar o boneco e trinta centímetros de muralha explodiram. Ela tentou agarrar a mão dele, mas só conseguiu pegar o boneco. Ouviu-se um sonoro ruído de rasgar quando o fino pano se abriu. De repente, ela tinha a cabeça do boneco, Robert tinha as pernas e o corpo, e o enchimento de trapos e serragem estava se derramando na neve.

A boca de Lorde Robert estremeceu.

– Você o matoooooooooou – berrou. Então desatou a tremer. Começou com um pequeno arrepio apenas, mas poucos segundos depois tinha caído sobre o castelo, agitando violentamente os membros. Torres brancas e pontes de neve estilhaçaram-se e caíram por todos os lados. Sansa ficou horrorizada, mas Petyr Baelish pegou nos pulsos do garoto e gritou pelo meistre.

Guardas e criadas chegaram instantes depois para ajudar a segurar Robert, e Meistre Colemon surgiu um pouco mais tarde. A doença dos tremores de Robert Arryn não era nada de novo para as pessoas do Ninho da Águia, e a Senhora Lysa treinara-os todos para virem correndo ao primeiro grito do rapaz. O meistre segurou a cabeça do pequeno lorde e deu-lhe meia taça de vinho dos sonhos, murmurando palavras tranquilizadoras. Lentamente, a violência do ataque pareceu reduzir-se, até nada restar além de um pequeno tremor nas mãos.

– Ajudem-no a subir aos meus aposentos – disse Colemon aos guardas. – Uma sangria ajudará a acalmá-lo.

– Foi culpa minha. – Sansa mostrou-lhes a cabeça do boneco. – Eu rasguei o boneco dele em dois. Não queria fazer isso, mas...

– Sua senhoria estava destruindo o castelo – disse Petyr.

– Um gigante – sussurrou o garoto, chorando. – Não fui eu, foi um gigante que fez mal ao castelo. Ela matou-o! Odeio-a! É uma bastarda e eu odeio-a! Não quero ser sangrado!

– Senhor, seu sangue precisa ser refinado – disse Meistre Colemon. – É o sangue ruim que o deixa zangado, e a raiva que traz os tremores. Agora venha.

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