Читаем A Tormenta de Espadas полностью

– Se não por ele, então por Val. Em nome da irmã, a mãe da criança.

– Gosta dessa Val?

– Mal a conheço.

– Dizem-me que é atraente.

– Muito – admitiu Jon.

– A beleza pode ser traiçoeira. Meu irmão aprendeu essa lição com Cersei Lannister. Ela assassinou-o, não duvide. E também ao seu pai e a Jon Arryn. – Franziu a testa. – Você acompanhou estes selvagens. Acha que há alguma honra neles?

– Sim – disse Jon –, mas o seu próprio tipo de honra.

– E em Mance Rayder?

– Sim. Penso que sim.

– No Senhor dos Ossos?

Jon hesitou.

– Nós o chamávamos de Camisa de Chocalho. Traiçoeiro e sedento de sangue. Se há honra nele, esconde-a por baixo de sua armadura de ossos.

– E naquele outro homem, aquele Tormund de muitos nomes que escapou de nós após a batalha? Responda-me com a verdade.

– Tormund Terror de Gigantes pareceu-me ser o tipo de homem que daria um bom amigo e um mau inimigo, Vossa Graça.

Stannis balançou secamente a cabeça.

– Seu pai era um homem de honra. Não era amigo meu, mas eu conhecia o seu valor. Seu irmão era um rebelde e um traidor que pretendia roubar metade do meu reino, mas não há homem que possa questionar a sua coragem. E você?

Será que ele quer que diga que o adoro? A voz de Jon soou dura e formal quando disse:

– Eu sou um homem da Patrulha da Noite.

– Palavras. Palavras são vento. Por que pensa que abandonei Pedra do Dragão e naveguei para a Muralha, Lorde Snow?

– Não sou um lorde, senhor. Veio porque o chamamos, espero. Embora não possa dizer por que motivo levou tanto tempo para vir.

Surpreendentemente, Stannis sorriu ao ouvir aquilo.

– É suficientemente ousado para ser um Stark. Sim, devia ter vindo mais cedo. Se não fosse o meu Mão, poderia nem sequer ter vindo. Lorde Seaworth é um homem de nascimento humilde, mas recordou-me de meu dever, quando tudo aquilo em que eu conseguia pensar era nos meus direitos. Tinha posto a carroça antes dos bois, disse Davos. Estava tentando conquistar o trono para salvar o reino, quando devia estar tentando salvar o reino para conquistar o trono. – Stannis apontou para o norte. – É ali que encontrarei o inimigo que nasci para enfrentar.

– O nome dele não pode ser proferido – acrescentou Melisandre em voz baixa. – Ele é o Deus da Noite e do Terror, Jon Snow, e essas silhuetas na neve são as suas criaturas.

– Dizem-me que matou um desses cadáveres caminhantes para salvar a vida de Lorde Mormont – disse Stannis. – Pode ser que esta guerra também seja sua, Lorde Snow. Se me quiser ceder a sua ajuda.

– Minha espada está a serviço da Patrulha da Noite, Vossa Graça – respondeu cautelosamente Jon Snow.

Aquilo não agradou ao rei. Stannis rangeu os dentes e disse:

– De você preciso mais do que uma espada.

Jon não estava entendendo.

– Senhor?

– Preciso do Norte.

O Norte.

– Eu... o meu irmão Robb era Rei no Norte...

– Seu irmão era o legítimo Senhor de Winterfell. Se tivesse ficado em casa e cumprido o seu dever, em vez de se coroar e partir para a conquista das terras fluviais, poderia estar vivo hoje. Mas, seja como for. Você não é Robb, assim como eu não sou Robert.

As palavras ríspidas afastaram qualquer empatia que Jon pudesse ter sentido por Stannis.

– Eu amava meu irmão – disse.

– E eu o meu. Mas eram como eram, e nós também. Sou o único rei legítimo em Westeros, no norte ou no sul. E você é o bastardo de Ned Stark. – Stannis estudou-o com aqueles olhos azul-escuros. – Tywin Lannister nomeou Roose Bolton Protetor do Norte, como recompensa por trair o seu irmão. Os homens de ferro estão lutando entre si desde a morte de Balon Greyjoy, mas ainda controlam Fosso Cailin, Bosque Profundo, Praça de Torrhen e a maior parte da Costa Pedregosa. As terras do seu pai sangram, e eu não tenho forças nem tempo para estancar as feridas. O que é necessário é um Senhor de Winterfell. Um Senhor de Winterfell leal.

Está olhando para mim, pensou Jon, atordoado.

– Winterfell já não existe. Theon Greyjoy passou o archote nele.

– O granito não arde facilmente – disse Stannis. – O castelo pode ser reconstruído, a seu tempo. Não são as muralhas que fazem um senhor, é o homem. Seus nortenhos não me conhecem, não têm motivos para nutrir amizade por mim, mas vou precisar de suas forças para as batalhas que temos pela frente. Preciso de um filho de Eddard Stark para conquistá-los para o meu estandarte.

Ele quer fazer de mim Senhor de Winterfell. O vento soprava em rajadas, e Jon sentiu a cabeça tão leve que quase teve receio de ser soprado Muralha abaixo.

– Vossa Graça – disse –, esquece-se. Eu sou um Snow, não um Stark.

– Quem está se esquecendo é você – respondeu o Rei Stannis.

Melisandre pousou uma mão morna em seu braço.

– Um rei pode remover de um golpe a mácula da bastardia, Lorde Snow.

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