Читаем A Tormenta de Espadas полностью

A mão de Clegane saltou e agarrou o dornês atrás do joelho. A Víbora Vermelha fez a espada cair num golpe selvagem, mas estava desequilibrado, e o gume não fez mais do que deixar mais um amassado no braçal da Montanha. Então a espada foi esquecida quando a mão de Gregor se apertou e torceu, fazendo o dornês cair por cima dele. Lutaram no meio da poeira e do sangue, com a lança quebrada se mexendo de um lado para o outro. Tyrion viu com horror que a Montanha tinha envolvido o príncipe num enorme braço, apertando-o com força contra o peito, como se fosse um amante.

– Elia de Dorne – todos ouviram Sor Gregor dizer, quando os dois ficaram suficientemente próximos para se beijar. Sua voz profunda retumbava dentro do elmo. – Matei a criazinha chorona dela. – Lançou a mão livre contra o rosto sem proteção de Oberyn, enfiando dedos de aço em seus olhos. – E então estuprei-a. – Clegane esmagou o punho na boca do dornês, transformando seus dentes em lascas. – E depois esmaguei a porra da cabeça dela. Assim. – Quando puxou para trás o enorme punho, o sangue em sua manopla pareceu fumegar no ar frio da alvorada. Ouviu-se um crunch nauseante. Ellaria Sand uivou de terror e o café da manhã de Tyrion subiu borbulhando até sua boca. Deu por si de joelhos, vomitando bacon, salsicha e bolinhos de maçã, e aquela dose dupla de ovos estrelados feitos com cebolas e pimenta ardida de Dorne.

Não chegou a ouvir o pai proferir as palavras que o condenavam. Talvez não houvesse necessidade de palavras. Pus a minha vida nas mãos da Víbora Vermelha, e ele deixou-a cair. Quando se lembrou, tarde demais, de que as serpentes não tinham mãos, Tyrion desatou a rir histericamente.

Já tinha descido metade da escada em espiral quando percebeu que os homens de manto dourado não o estavam levando de volta à sua sala de torre.

– Fui mandado para as celas negras – disse. Não obteve resposta. Para que gastar saliva com os mortos?

DAENERYS

Dany quebrou o jejum à sombra do caquizeiro que crescia no jardim do terraço, observando os dragões se perseguirem uns aos outros em volta do cume da Grande Pirâmide onde outrora se erguera a enorme harpia de bronze. Meereen tinha uma vintena de pirâmides menores, mas nenhuma chegava sequer à metade da altura daquela. Dali conseguia ver toda a cidade: as estreitas vielas sinuosas e as largas ruas de tijolo, templos e celeiros, choupanas e palácios, bordéis e casas de banhos, jardins e fontes, os grandes círculos vermelhos das arenas de luta. E para lá das muralhas estendia-se o mar de peltre, o sinuoso Skahazadhan, as secas colinas marrons, pomares queimados e campos enegrecidos. Ali em cima, em seu jardim, Dany sentia-se às vezes como um deus, vivendo no topo da montanha mais alta do mundo.

Será que todos os deuses se sentem assim tão sozinhos? Alguns deviam se sentir, certamente. Missandei tinha lhe contado a história do Senhor da Harmonia, adorado pelo Pacífico Povo de Naath; era o único deus verdadeiro, segundo a sua pequena escriba, o deus que sempre existiu e sempre existiria, que fez a lua, as estrelas e a terra, e todas as criaturas que viviam sobre elas. Pobre Senhor da Harmonia. Dany apiedava-se dele. Devia ser terrível estar só para todo o sempre, servido por hordas de mulheres-borboletas que se podia criar ou destruir com uma palavra. Westeros ao menos tinha sete deuses, embora Viserys lhe tivesse dito que alguns septões afirmavam que os sete eram apenas aspectos de um deus único, sete facetas de um único cristal. Isso era uma confusão. Os sacerdotes vermelhos acreditavam em dois deuses, segundo tinha ouvido dizer, mas os dois estavam eternamente em guerra. Dany gostava ainda menos daquilo. Não gostaria de estar eternamente em guerra.

Missandei serviu-lhe ovos de pato e salsicha de cão e meia taça de vinho adoçado misturado com o sumo de um limão. O mel atraía moscas, mas uma vela odorífera afastava-as. Descobrira que as moscas não eram tão incômodas ali em cima como no resto da cidade, mais uma coisa que lhe agradava na pirâmide.

– Tenho de me lembrar de fazer qualquer coisa a respeito das moscas – disse Dany. – Há muitas moscas em Naath, Missandei?

– Em Naath há borboletas – respondeu a escriba no Idioma Comum. – Mais vinho?

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