O estábulo encontrava-se atrás dele. Espectadores gritaram e empurraram-se para sair do caminho. Um deles tropeçou e caiu contra as costas de Oberyn. Sor Gregor atacou com toda a sua fúria selvagem. A Víbora Vermelha atirou-se para o lado, rolando. O infeliz cavalariço que estava atrás dele não foi assim tão rápido. No momento em que seu braço se erguia para proteger o rosto, a espada de Gregor cortou-o entre o cotovelo e o ombro.
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Mas a Víbora Vermelha de Dorne estava de novo em pé, com a sua longa lança na mão.
– Elia – gritou para Sor Gregor. – Violou-a. Assassinou-a. Matou os filhos dela. E agora, diga o nome dela.
A Montanha rodopiou. Elmo, escudo, espada, sobretudo, estava salpicado de sangue e entranhas da cabeça aos pés.
– Você fala demais – resmungou. – Faz minha cabeça doer.
– Vou ouvi-lo dizer isso. Ela era Elia de Dorne.
A Montanha fungou de desprezo e atacou... e nesse momento o sol rompeu por entre as nuvens baixas que escondiam o céu desde a alvorada.
A Víbora Vermelha agachou-se, semicerrando os olhos, e voltou a fazer a lança saltar em frente. Sor Gregor tentou golpeá-la, mas a estocada havia sido apenas uma finta. Desequilibrado, deu um passo trôpego para a frente.
O Príncipe Oberyn inclinou seu escudo amassado de metal. Um raio de luz do sol refletiu-se, cegante, em ouro e cobre polido, e penetrou na estreita fenda do elmo do adversário. Clegane ergueu seu escudo para se proteger do brilho. A lança do Príncipe Oberyn dardejou como um relâmpago e descobriu a brecha na pesada placa de aço, a articulação por baixo do braço. A ponta mergulhou através de cota de malha e couro fervido. Gregor soltou um grunhido estrangulado quando o dornês torceu a lança e a libertou.
– Elia. Diga o nome! Elia de Dorne! – descrevia um círculo, com a lança preparada para outra estocada. –
Tyrion tinha a sua prece privada.
O Príncipe Oberyn tinha dado a volta por trás dele.
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Sor Gregor começou a se virar, mas com demasiada lentidão e tarde demais. A ponta da lança penetrou daquela vez na parte de trás do joelho, através de camadas de cota de malha e couro entre as placas, penetrando na coxa e na barriga da perna. A Montanha cambaleou, oscilou e depois caiu de cara no chão. A enorme espada saltou de sua mão. Lenta e pesadamente, rolou sobre as costas.
O dornês jogou fora o seu escudo arruinado, pegou na lança com ambas as mãos e afastou-se lentamente. Atrás dele, a Montanha soltou um gemido e ergueu-se sobre um cotovelo. Oberyn rodopiou com a rapidez de um gato e
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Sor Gregor tentou se levantar. A lança quebrada atravessara-o por completo e o estava prendendo ao chão. Fechou ambas as mãos em volta da haste, grunhindo, mas não foi capaz de puxá-la. Por baixo dele espalhava-se uma poça vermelha.
– Estou me sentindo mais inocente a cada instante – disse Tyrion a Ellaria Sand, a seu lado.
O Príncipe Oberyn aproximou-se do adversário.
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