Читаем A Tormenta de Espadas полностью

AGORA! – berrou Noye. Os contrapesos precipitaram-se para baixo e os braços de arremesso ergueram-se até baterem com estrondo nas barras transversais almofadadas. O piche ardente partiu rodopiando pela escuridão, lançando uma fantasmagórica luz oscilante sobre o terreno lá embaixo. Jon vislumbrou mamutes que se moviam imponentemente à meia-luz, e com a mesma rapidez deixou de vê-los. Uma dúzia, talvez mais. Os barris atingiram a terra e estouraram. Ouviram uma trombeta soar num baixo profundo, e um gigante rugiu qualquer coisa no Idioma Antigo, com a voz num trovão ancestral que provocou arrepios na espinha de Jon.

Outra vez! – gritou Noye, e os trabucos foram de novo carregados. Mais dois barris de piche ardente partiram, crepitando, para as sombras, e esmagaram-se entre o inimigo. Daquela vez um deles atingiu uma árvore morta, envolvendo-a em chamas. Não é uma dúzia de mamutes, viu Jon, é uma centena.

Aproximou-se da borda do precipício. Cuidado, recordou a si mesmo, é uma longa queda até lá embaixo. Alyn Vermelho fez soar mais uma vez o seu berrante de sentinela, Aaaaahuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu, aaaaaaahuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu. E agora os selvagens responderam, não com um berrante, mas com uma dúzia, e também com tambores e gaitas. Chegamos, pareciam dizer, chegamos para quebrar a sua Muralha, para tomar suas terras e roubar suas filhas. O vento uivava, os trabucos rangiam e estrondeavam, os barris voavam. Atrás dos gigantes e dos mamutes, Jon viu homens avançando contra a muralha com arcos e machados. Haveria vinte ou vinte mil? Na escuridão, não havia como dizer. Esta é uma batalha de cegos, mas Mance tem alguns milhares mais do que nós.

– O portão! – gritou Pyp. – Eles estão no PORTÃO!

A Muralha era grande demais para ser assaltada por meios convencionais; alta demais para escadas ou torres de cerco, espessa demais para aríetes. Nenhuma catapulta era capaz de arremessar uma pedra suficientemente grande para abrir uma brecha nela, e caso se tentasse incendiá-la, o gelo derretido extinguiria as chamas. Era possível escalá-la, como os assaltantes tinham feito perto de Guardagris, mas só se os alpinistas fossem fortes, estivessem em forma e tivessem mãos seguras, e mesmo assim podiam acabar como Jarl, empalados numa árvore. Eles têm de tomar o portão, caso contrário não poderão passar.

Mas o portão era um túnel sinuoso através do gelo, menor do que qualquer portão de castelo dos Sete Reinos, tão estreito que os patrulheiros tinham de levar os garranos em fila indiana. Três portões de ferro fechavam a passagem interior, todos trancados e acorrentados e protegidos por um alçapão. A porta exterior era de carvalho antigo, com vinte e três centímetros de espessura e reforçada com ferro, difícil de quebrar. Mas Mance tem mamutes, recordou a si mesmo, e também tem gigantes.

– Deve estar frio lá embaixo – disse Noye. – Que dizem de os aquecermos, rapazes? – uma dúzia de potes de óleo para lâmpadas tinham sido alinhados junto ao precipício. Pyp percorreu a fileira com um archote, incendiando-os. Owen Idiota seguiu-o, empurrando-os borda afora, um por um. Línguas de fogo amarelo-claro rodopiaram em volta dos potes quando estes mergulharam. Depois de o último ter sido atirado, Grenn soltou com um pontapé os calços de um barril de piche e fez com que também caísse pela borda da Muralha, rolando e ressaltando. Os sons que vinham de baixo transformaram-se em berros e gritos, doce música para os seus ouvidos.

Mas os tambores ainda ressoavam, os trabucos estremeciam e estrondeavam, e o som das gaitas de foles veio em baforadas pela noite, como se fosse a canção de umas aves quaisquer, estranhas e ferozes. Septão Cellador também começou a cantar, com a voz trêmula e carregada de vinho.

Gentil Mãe, de clemência fonte,

nossos filhos livre da disputa,

pare espadas, pare flechas,

deixe-os ver...

Donal Noye virou-se para ele.

– O primeiro homem aqui que parar a espada, eu mando a porcaria da bunda caída lá pra baixo... começando por você, septão. Arqueiros! Temos aí algum maldito arqueiro?

– Aqui – disse Cetim.

– E aqui – disse Mully. – Mas como é que encontro um alvo? Tá escuro como se estivéssemos dentro de uma barriga de porco. Onde estão eles?

Noye apontou para o norte.

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