Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Perceber aquilo gelou-o. Robert tinha sido mais forte do que ele, certamente. Touro Branco e Gerold Hightower, em seu apogeu, também, bem como Sor Arthur Dayne. Entre os vivos, Grande-Jon Umber era mais forte, Javali Forte de Crakehall muito provavelmente também, ambos os Clegane com toda a certeza. A força da Montanha não tinha nada de humano. Não importava. Com velocidade e perícia, Jaime era capaz de derrotar todos eles. Mas aquilo era uma mulher. Uma mulher que mais parecia uma enorme vaca, com certeza, mesmo assim... por tudo aquilo que era certo, quem devia estar se cansando era ela.

Em vez disso, forçou-o a voltar ao riacho, gritando:

– Renda-se! Jogue fora a espada!

Uma pedra escorregadia virou-se sob o pé de Jaime. Ao sentir-se caindo, transformou o azar numa estocada em mergulho. A ponta da espada ultrapassou a defesa dela e mordeu sua coxa superior. Uma flor vermelha desabrochou, e Jaime teve um instante para saborear a visão do sangue de Brienne antes de seu joelho colidir com uma pedra. A dor cegou-o. Brienne andou até ele, espalhando água, e afastou a espada de suas mãos com um chute.

RENDA-SE!

Jaime atirou o ombro contra as pernas dela, fazendo-a cair por cima de si. Rolaram, esperneando e esmurrando-se, até que por fim ela conseguiu sentar-se montada nele. Jaime conseguiu tirar o punhal da bainha dela, mas antes de ter tempo de mergulhá-lo em sua barriga, ela apanhou seu pulso e bateu-o com tanta força numa pedra que foi como se lhe tivesse arrancado o braço do ombro. Com a outra mão, a garota segurou seu rosto.

– Renda-se! – empurrou sua cabeça para baixo, manteve-a dentro da água, puxou-a para cima. – Renda-se! – Jaime cuspiu água no rosto dela. Um empurrão, um espirrar de água, e estava de novo submerso, esperneando inutilmente, lutando para respirar. De novo para cima. – Renda-se, senão vou afogá-lo!

– E quebrará seu juramento? – rosnou ele. – Como eu?

Ela largou-o, e ele mergulhou com um esparramar de água.

E a floresta ressoou com gargalhadas roucas.

Brienne pôs-se em pé com dificuldade. Abaixo da cintura, ela era toda lama e sangue, tinha a roupa em desalinho e o rosto vermelho. Pelo aspecto dela é como se nos tivessem apanhado fodendo, e não lutando. Jaime engatinhou pelas pedras até a água rasa, limpando o sangue do olho com as mãos acorrentadas. Homens armados margeavam ambos os lados do riacho. Pouco admira, estávamos fazendo uma barulheira tão grande que acordaríamos um dragão.

– Sejam bem-vindos, amigos – gritou-lhes amigavelmente. – Minhas desculpas se os incomodei. Pegaram-me dando um corretivo na esposa.

– A mim pareceu que quem tava dando o corretivo era ela. – O homem que falou era forte e poderoso, e barra nasal de seu meio-elmo de ferro não escondia por completo a ausência de seu nariz.

Jaime percebeu subitamente que aqueles não eram os fora da lei que tinham matado Sor Cleos. Estavam cercados pela escumalha da terra: dorneses trigueiros e lisenos louros, dothraki com sinetas nas tranças, ibbeneses cabeludos, ilhéus do verão, negros como carvão, com manto de penas. Conhecia-os. Os Bravos Companheiros.

Brienne encontrou a voz.

– Tenho cem veados...

Um homem de aspecto cadavérico, com um manto esfarrapado de couro, disse:

– A gente aceita-os pra começar, senhora.

– E depois aceita a sua boceta – disse o homem sem nariz. – Não pode ser tão feia quanto o resto de você.

– Vire-a e meta no cu dela, Rorge – sugeriu um lanceiro de Dorne com um lenço de seda vermelho enrolado em volta do elmo. – Assim não precisa olhar para ela.

– E roubar dela o prazer de olhar pra mim? – disse o sem-nariz, e os outros riram.

Por mais feia e teimosa que fosse, a garota merecia coisa melhor do que um estupro coletivo por uma escória como aquela.

– Quem comanda aqui? – exigiu saber Jaime em voz alta.

– Sou eu quem tem essa honra, Sor Jaime. – Os olhos do cadáver estavam debruados de vermelho, e seus cabelos eram finos e secos. Conseguiam ver-se veias azul-escuras através da pálida pele de suas mãos e de seu rosto. – Sou Urswyck. Chamam-me de Urswyck, o Fiel.

– Sabe quem eu sou?

O mercenário inclinou a cabeça.

– É preciso mais do que uma barba e uma cabeça rapada para enganar os Bravos Companheiros.

Os Saltimbancos Sangrentos, você quer dizer. Jaime não via mais utilidade naqueles do que em Gregor Clegane ou Amory Lorch. Cães, chamava o pai a todos, e usava-os como cães, para espantar as presas e plantar o medo em seu coração.

– Se me conhece, Urswyck, sabe que terá a sua recompensa. Um Lannister sempre paga as suas dívidas. Quanto à garota, é bem-nascida, e vale um bom resgate.

O outro inclinou a cabeça para o lado.

– Ah, é? Que sorte.

Havia uma certa astúcia no sorriso de Urswyck que não agradou a Jaime.

– Ouviu o que eu disse. Onde está o bode?

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