– Lorde Mormont nos espera – Jon disse.
– Que não seja por mim que se atrase a encontrar o Velho Urso – Noye deu uma batidinha no seu ombro e sorriu. – Que os deuses o acompanhem amanhã, Snow. Traz de volta esse seu tio, está me ouvindo?
– Traremos – Jon prometeu.
O Senhor Comandante Mormont tinha se instalado na Torre do Rei depois do incêndio que havia devastado a sua. Jon deixou Fantasma com os guardas na porta.
– Mais escadas – Sam reclamou em tom infeliz quando começaram a subir. – Detesto escadas.
– Bem, essa é uma coisa que não enfrentaremos na floresta.
Quando entraram no aposento privado, o corvo os viu de imediato.
– Demorou bastante tempo com esses mapas – afastou os restos do café da manhã para arranjar espaço na mesa. – Ponha-os aqui. Darei uma olhada neles mais tarde.
Thoren Smallwood, um patrulheiro nervoso, com um queixo fraco e uma boca ainda mais fraca, escondida sob uma fina barba desordenada, dirigiu a Jon e a Sam um olhar frio. Tinha sido um dos homens de confiança de Alliser Thorne, e não nutria nenhuma amizade por nenhum deles.
– O lugar do Senhor Comandante é em Castelo Negro, senhoreando e comandando – disse a Mormont, ignorando os recém-chegados –, me parece.
O corvo bateu suas asas negras. “
– Se algum dia se tornar Senhor Comandante, poderá fazer o que desejar – Mormont respondeu ao patrulheiro. – Mas,
– Com Ben Stark perdido e Sor Jaremy morto, sou agora Primeiro Patrulheiro – teimou Smallwood. – O comando devia ser meu.
Mormont não concordava.
– Enviei Ben Stark, e Sor Waymar antes dele. Não pretendo mandar você atrás deles e ficar aqui sentado, perguntando a mim mesmo quanto tempo deverei esperar até considerá-lo perdido também. E Stark continua a ser Primeiro Patrulheiro, até sabermos com certeza que está morto. Se esse dia chegar, serei eu, e não você, quem nomeará o seu sucessor. E agora, pare de me fazer perder tempo. Partimos à primeira luz da aurora, ou será que se esqueceu?
Smallwood pôs-se em pé.
– Às ordens do meu senhor.
Enquanto se encaminhava para a saída, franziu as sobrancelhas para Jon, como se aquilo de alguma maneira fosse culpa sua.
– Primeiro Patrulheiro! – os olhos do Velho Urso fixaram-se em Sam. – Antes nomearia
Sam abriu a boca e soltou um pequeno guincho. O Velho Urso aterrorizava-o.
– Não, senhor – Jon interveio rapidamente. – Parece forte como um… um…
– Não tente me enganar, Snow, sabe bem que não consegue. Deixe-me dar uma olhada nesses mapas – Mormont passou os olhos rapidamente, dando não mais do que um grunhido para cada um deles. – Isto foi tudo o que conseguiu encontrar?
– Eu… m-m-meu senhor – Sam gaguejou –, havia… havia mais, m-m-mas… a des-desordem…
– Estes são velhos – queixou-se Mormont, e o corvo serviu de eco com um grito penetrante de “
– As aldeias podem ir e vir, mas os montes e os rios estarão sempre nos mesmos lugares – Jon observou.
– É verdade. Já escolheu seus corvos, Tarly?
– O M-m-meistre Aemon p-pretende e-escolhê-los ao cair da noite, depois de a-a-alimentá-los.
– Quero os melhores que tiver. Aves inteligentes e fortes.
“
– Se acabarmos sendo todos massacrados lá fora, quero que meu sucessor saiba onde e como morremos.
A conversa sobre massacres deixou Samwell Tarly sem fala. Mormont inclinou-se para a frente.