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Depois de fazer um ou dois comentários com o mineiro mais próximo, na tentativa de aproximação, e recebendo apenas respostas curtas e não muito corteses, recolheu-se a um silêncio forçado, olhando pela janela a paisagem quase sem alteração. Não era uma imagem alegre. Em meio à crescente escuridão, o brilho vermelho das fornalhas pulsava nos lados das montanhas. Grandes quantidades de restos de carvão saíam dos dois lados e acima ficava o carvão que ainda seria queimado. Grupos desordenados de casas de madeira, cuja luz das janelas começava a mostrar seu contorno, apareciam aqui e ali ao longo da linha, e as muitas estações que havia no percurso estavam apinhadas de gente de pele escura. Os vales de ferro e de carvão do distrito de Vermissa não eram lugares freqüentados por pessoas a passeio ou requintadas. Em toda parte havia sinais característicos da existência de uma luta dura pela vida, um trabalho árduo a ser feito, e os trabalhadores fortes e rudes que o executavam.

O jovem viajante olhava essa terra sombria com um misto de repulsa e interesse, o que revelava que o cenário era novo para ele. De tempos em tempos tirava do bolso uma carta volumosa da qual lia alguns trechos e em cuja margem fazia anotações. A certa altura ele retirou da parte de trás da cintura algo que ninguém poderia imaginar estar nas mãos de um homem tão distinto como aquele. Era um revólver bem grande. Quando ele o segurou inclinado contra a luz, o reflexo sobre a borda das cápsulas no tambor mostrou que ele estava carregado com todas as balas. Ele o recolocou rapidamente no seu bolso secreto, mas não antes que o revólver tivesse sido notado pelo trabalhador que se sentara no banco em frente.

– Olá, companheiro! – disse ele. – Você parece bem armado.

O jovem sorriu um pouco constrangido.

– É – disse ele. – Às vezes precisamos disso no lugar de onde venho.

– E onde será isso?

– Venho de Chicago.

– Um estranho por aqui?

– É.

– Talvez você também precise dele aqui – disse o operário.

– Será? – O jovem parecia interessado.

– Não ouviu falar da vida aqui?

– Nada de especial.

– Puxa, pensei que o país inteiro soubesse. Você logo ficará sabendo. Por que você veio?

– Disseram que sempre havia serviço para um homem trabalhador.

– Você é do sindicato?

– Sou.

– Então acho que vai conseguir trabalho. Tem amigos por aqui?

– Ainda não, mas tenho como fazê-los.

– De que maneira?

– Sou membro da Venerável Ordem dos Homens Livres. Não há cidade onde não existe uma Loja. E na Loja encontrarei meus amigos.

Essa referência teve um efeito singular no outro. Ele olhou de modo desconfiado para as outras pessoas que estavam no vagão. Os mineiros continuavam cochichando entre si. Os dois policiais estavam cochilando. Então ele se levantou, sentou-se ao lado do jovem viajante e estendeu a mão.

– Toque aqui – ele disse.

Os dois cumprimentaram-se.

– Vejo que você fala a verdade. Mas é melhor me certificar.

Ele levantou a mão direita até a sobrancelha direita. O jovem viajante imediatamente levantou a mão esquerda e a colocou sobre a sobrancelha esquerda.

– As noites escuras são desagradáveis – disse o operário.

– Para um estranho viajar – o outro completou.

– Isso basta. Sou o Irmão Scanlan, Loja 341, Vale Vermisssa. Prazer em vê-lo por aqui.

– Obrigado. Sou o Irmão John McMurdo, Loja 29, Chicago. Chefe J. H. Scott. Estou feliz por encontrar um irmão tão depressa.

– Bem, há muitos por aqui. Em nenhum lugar dos Estados Unidos você encontrará a Ordem em tão franca expansão como aqui no Vale Vermissa. Mas podemos dar um jeito pra você. Não posso entender que um sujeito esperto como você, sendo do sindicato, não encontre trabalho em Chicago.

– Achei muito trabalho ali – disse McMurdo.

– Então por que saiu de lá?

McMurdo fez um sinal com a cabeça apontando os policiais e sorriu.

– Acho que esses caras gostariam muito de saber – disse ele.

Scanlan murmurou em tom amistoso:

– Alguma encrenca? – perguntou.

– Muito séria.

– Você puxou pena?

– É, e todo o resto.

– Foi assassinato?

– É muito cedo pra se falar dessas coisas – disse McMurdo, como alguém que fora surpreendido falando mais do que deveria. – Tenho boas razões pra sair de Chicago, e pra você isso é o bastante. Quem é você para ficar perguntando essas coisas?

Por trás dos óculos, seus olhos cinzentos brilharam com um ódio repentino e perigoso.

– Tudo bem, companheiro. Não se ofenda. Os rapazes não vão pensar nada de mal sobre você, seja lá o que você tenha feito. Para onde pretende ir agora?

– Para Vermissa.

– É a terceira parada. Onde vai ficar?

McMurdo puxou um envelope e o aproximou da fraca lâmpada a óleo.

– Aqui está o endereço: Jacob Shafter, Sheridan Street. É uma pensão que me foi recomendada por um homem que conheci em Chicago.

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