Читаем Sherlock Holmes - Edicao completa полностью

Durante um minuto fiquei parado ali com o papel na mão refletindo sobre o sentido desta curta mensagem. Era eu, então, e não sir Henry, quem estava sendo seguido por este homem misterioso. Ele não havia me seguido pessoalmente, mas havia posto um agente, o menino, talvez, na minha pista, e este era o seu relatório. Provavelmente eu não tinha dado um passo, desde que estava no pântano, que não tivesse sido observado e relatado. Sempre havia  aquela sensação de uma força invisível, uma rede fina puxada em volta de nós com habilidade e delicadeza infinitas, segurando-nos tão suavemente que só em algum momento supremo é que se podia perceber que se estava emaranhado em suas malhas.

Se havia um relatório, podia haver outros, de modo que examinei a cabana em busca deles. Mas não havia nenhum vestígio de nada parecido, nem consegui descobrir qualquer sinal que pudesse indicar o caráter ou as intenções do homem que morava neste lugar estranho, a não ser que ele devia ter hábitos espartanos e dava pouca importância aos confortos da vida. Quando pensei nas chuvas fortes e olhei para o teto escancarado, compreendi como devia ser forte e imutável o objetivo que o havia mantido naquela habitação inóspita. Seria ele o nosso inimigo maligno, ou era ele por acaso o nosso anjo da guarda? Jurei que não deixaria a cabana até saber.

Do lado de fora o sol estava se pondo e o horizonte a oeste exibia chamas escarlates e douradas. Seu reflexo era enviado de volta em manchas avermelhadas pelos charcos distantes que ficavam no meio do grande Pântano de Mire. Lá estavam as duas torres da Mansão Baskerville, e ali uma mancha distante de fumaça que indicava a aldeia de Grimpen. Entre as duas, atrás da colina, estava a casa dos Stapletons. Tudo era bonito, suave e tranqüilo à luz dourada do anoitecer, mas, apesar disso, eu olhava para eles e minha alma não participava da paz da natureza, mas tremia diante da incerteza e do terror daquele encontro que cada minuto deixava mais próximo. Com os nervos vibrando, mas um propósito firme, sentei-me no interior escuro da cabana e esperei com paciência a chegada do seu morador.

E então, finalmente, eu o ouvi. De longe veio o ruído vivo de uma bota batendo numa pedra. Depois outro e mais outro, chegando cada vez mais perto. Encolhi-me no canto mais escuro e engatilhei a pistola no meu bolso, resolvido a não me mostrar até ter a oportunidade de ver alguma coisa do estranho. Houve uma longa pausa que indicou que ele havia parado. Depois, mais uma vez os passos se aproximaram e uma sombra caiu atravessada na abertura da cabana.

– Está uma noite encantadora, meu caro Watson – disse uma voz muito conhecida. – Acho realmente que você ficará mais confortável fora do que dentro.

morte no pântano

Por um momento fiquei sentado sem fôlego, mal conseguindo acreditar nos meus ouvidos. Depois meus sentidos e minha voz voltaram, enquanto um peso esmagador de responsabilidade pareceu ter sido tirado dos meus ombros num instante. Aquela voz fria, incisiva e irônica só podia pertencer a um homem no mundo.

– Holmes! – exclamei. – Holmes!

– Saia – disse ele – e, por favor, tome cuidado com o revólver.

Abaixei-me sob a trave da entrada e lá estava ele sentado sobre uma pedra do lado de fora com os olhos cinzentos exibindo uma expressão divertida ao verem o meu espanto. Ele estava magro e cansado, mas sereno e alerta, com seu rosto perspicaz bronzeado pelo sol e maltratado pelo vento. Com seu terno de tweed e boné de pano, parecia um turista no pântano, e havia conseguido, com aquele amor felino pela

limpeza pessoal que era uma de suas características, que o seu queixo ficasse tão liso e sua roupa branca tão perfeita como se estivesse em Baker Street.

– Nunca fiquei mais satisfeito de ver alguém em minha vida – eu disse ao apertar-lhe a mão.

– Ou mais espantado, hein?

– Bem, devo confessar que sim.

– A surpresa não foi só sua, garanto-lhe. Eu não sabia que você havia descoberto o meu retiro ocasional, e menos ainda que você estivesse dentro dele, até que cheguei a vinte passos da porta.

– A marca dos meus pés, suponho?

– Não, Watson; acho que não conseguiria reconhecer as suas pegadas entre todas as pegadas do mundo. Se você quiser mesmo me enganar, deve mudar de charutaria; porque quando vejo a ponta de um cigarro marcada Bradley, Oxford Street, sei que o meu amigo Watson está nas vizinhanças. Você a verá ali, ao lado do caminho. Você jogou-a ali, sem dúvida, naquele momento supremo em que invadiu a cabana vazia.

– Exatamente.

– Foi o que pensei, e conhecendo a sua tenacidade admirável, fiquei convencido de que você estava sentado de tocaia, com uma arma ao seu alcance, esperando que o morador voltasse. Então você pensou realmente que eu fosse o criminoso?

– Eu não sabia quem era você, mas estava decidido a descobrir.

– Excelente, Watson! E como você me localizou? Será que você me viu na noite da caçada ao condenado, quando fui tão imprudente a ponto de permitir que a lua ficasse por trás de mim?

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