Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Tyrion teve de reprimir o incômodo. Bronn tinha tanto direito de se deitar com Alayaya quanto qualquer outro homem, mesmo assim... Nunca toquei nela, por mais que a desejasse, mas Bronn não podia saber disso. Devia ter mantido o pau longe dela. Ele mesmo não se atrevia a visitar a casa de Chataya. Se o fizesse, Cersei se certificaria de que o pai ficasse sabendo, e Alayaya sofreria mais do que algumas chicotadas. Enviara à moça um colar de prata e jade e um par de pulseiras combinando, como forma de desculpa, mas, além disso...

Isso não leva a nada.

– Há um cantor que chama a si mesmo de Symon Língua de Prata – disse Tyrion num tom fatigado, afastando a culpa. – Às vezes toca para a filha da Senhora Tanda.

– Que tem ele?

Podia ter dito: Mate-o, mas o homem nada havia feito além de cantar algumas canções. E encher a linda cabeça de Shae com visões de pombas e ursos dançarinos.

– Encontre-o – acabou por dizer. – Encontre-o antes que outros o façam.

ARYA

Estava desenterrando legumes no jardim de um morto quando ouviu a cantoria.

Arya retesou-se, quieta como pedra, escutando, subitamente esquecida das três cenouras fibrosas que tinha na mão. Pensou nos Saltimbancos Sangrentos e nos homens de Roose Bolton, e um arrepio de medo correu por sua espinha. Não é justo, quando finalmente encontramos o Tridente, quando pensávamos que estávamos quase a salvo.

Mas por que os Saltimbancos estariam cantando?

A canção pairava sobre o rio, vinda de algum lugar para lá da pequena elevação que havia a leste.

Vou à Vila Gaivota ver a bela donzela, ei-ou, ei-ou...

Arya levantou-se, com as cenouras penduradas na mão. Soava como se o cantor viesse ao longo da estrada que ladeava o rio. No meio das couves, Torta Quente também o ouviu, julgando pela expressão que tinha no rosto. Gendry fora dormir à sombra do chalé incendiado, e não estava em estado de ouvir qualquer coisa.

Co’a ponta da espada roubarei um beijo dela, ei-ou, ei-ou. – parecia ouvir também uma harpa, ao fundo do suave rumorejar do rio.

– Está ouvindo? – perguntou Torta Quente num sussurro rouco, enquanto se abraçava a um monte de couves. – Alguém está vindo.

– Vá acordar Gendry – disse-lhe Arya. – Sacuda-o só pelo ombro, não faça muito barulho. – Gendry era fácil de acordar, ao contrário do Torta Quente, que precisava levar pontapés e ouvir gritos.

Será o meu amor, descansando sob a tela, ei-ou, ei-ou. – A canção tornava-se mais alta a cada palavra.

Torta Quente abriu os braços. As couves caíram ao chão com ruídos surdos e suaves.

– Temos de nos esconder.

Onde? O chalé incendiado e seu jardim descuidado ficavam bem ao lado das margens do Tridente. Havia alguns salgueiros crescendo ao longo do rio, e grupos de caniços nos baixios lamacentos atrás deles, mas a maior parte do terreno ao redor era dolorosamente aberta. Eu sabia que nunca deveríamos ter saído da floresta, pensou ela. Mas tinham tanta fome, e o jardim era uma tentação tão grande. O pão e o queijo que tinham roubado de Harrenhal acabara seis dias antes, quando eles se encontravam no meio da floresta.

– Leve Gendry e os cavalos para trás do chalé – decidiu. Lá ainda havia parte de uma parede que permanecia em pé, suficientemente grande, talvez, para esconder dois rapazes e três cavalos. Se os cavalos não relincharem, e aquele cantor não vier meter o nariz no jardim.

– E você?

– Eu me escondo ao pé da árvore. Ele provavelmente vem sozinho. Se me incomodar, mato-o. Vá!

Torta Quente partiu, e Arya largou as cenouras e puxou a espada roubada por sobre o ombro. Tinha prendido a bainha nas costas; a espada fora forjada para um adulto, e batia no chão quando ela a usava na cintura. Além disso é pesada demais, pensou, sentindo falta da Agulha, como acontecia sempre que pegava naquela coisa desajeitada. Mas era uma espada, e podia matar com ela, isso bastava.

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