Читаем A Tormenta de Espadas полностью

O vento soprou durante todo o dia, a princípio constante e de leste, e depois em violentas rajadas. O sol pôs-se num deslumbramento vermelho. Ainda estou a meio mundo de distância de Westeros, lembrou Dany a si mesma, mas a cada hora me aproximo mais. Tentou imaginar como se sentiria quando vislumbrasse pela primeira vez a terra que nascera para governar. Será uma costa mais bela que qualquer outra que já tenha visto, eu sei. Como poderia ser de outro modo?

Mas mais tarde, nessa noite, enquanto o Balerion mergulhava adiante através da escuridão e Dany se sentava de pernas cruzadas em seu beliche na cabine do capitão, dando comida aos dragões (“Até no mar”, disse Groleo, tão atenciosamente, “as rainhas têm precedência sobre os capitães”), alguém bateu à porta com vivacidade.

Irri estava dormindo aos pés do beliche (era estreito demais para três, e naquela noite era a vez de Jhiqui dividir a macia cama de penas com a sua khaleesi), mas a aia ergueu-se ao ouvir o toque e dirigiu-se à porta. Dany puxou uma colcha para cima de si e prendeu-a debaixo dos braços. Estava nua, e não esperava um visitante àquela hora.

– Entre – disse, quando viu Sor Jorah à porta, sob uma lanterna oscilante.

O cavaleiro exilado abaixou a cabeça ao entrar.

– Vossa Graça, lamento perturbar seu sono.

– Não estava dormindo, sor. Entre e observe. – Tirou um pedaço de carne de porco salgada da tigela que tinha no colo e ergueu-o para os dragões verem. Todos os três o olharam com um ar faminto. Rhaegal estendeu asas verdes e agitou o ar, e o pescoço de Viserion balançou de um lado para o outro como uma longa serpente pálida, enquanto seguia o movimento de sua mão. – Drogon – disse Dany em voz baixa –, dracarys. – E atirou o pedaço de porco ao ar.

O movimento de Drogon foi mais rápido do que o ataque de uma cobra. Chamas saíram rugindo de sua boca, em laranja, escarlate e negro, torrando a carne antes que começasse a cair. Quando seus afiados dentes negros se fecharam em volta do naco, a cabeça de Rhaegal projetou-se para perto, como que para roubar a recompensa das mandíbulas do irmão, mas Drogon engoliu e guinchou, e o dragão verde, menor, só pôde silvar, frustrado.

– Pare com isso, Rhaegal – disse Dany, aborrecida, dando-lhe uma pancada na cabeça. – Já comeu o último. Não admito dragões gananciosos. – Sorriu para Sor Jorah. – Já não vou precisar esturricar a carne deles num braseiro durante muito mais tempo.

– Vejo que não. Dracarys?

Os três dragões viraram as cabeças ao ouvir aquela palavra, e Viserion soltou uma labareda de um dourado claro que fez Sor Jorah dar um apressado passo para trás. Dany soltou um risinho.

– Cuidado com essa palavra, sor, senão é provável que eles chamusquem sua barba. Significa “fogo de dragão” em Alto Valiriano. Quis arranjar um comando que não fosse provável que alguém proferisse por acidente.

Mormont fez um aceno.

– Vossa Graça – disse –, gostaria de saber se posso conversar um pouco com a senhora em particular.

– Claro. Irri, deixe-nos por um instante. – Pôs uma mão no ombro nu de Jhiqui e sacudiu a outra aia até acordá-la. – Você também, querida. Sor Jorah precisa falar comigo.

– Sim, Khaleesi. – Jhiqui tombou do beliche, nua e bocejando, com os espessos cabelos negros caindo em volta de sua cabeça. Vestiu-se depressa e saiu com Irri, fechando a porta atrás delas.

Dany deixou os dragões lutarem pelo resto do porco salgado, e deu palmadinhas na cama a seu lado.

– Sente-se, bom sor, e diga-me o que o perturba.

– Três coisas. – Sor Jorah sentou-se. – Belwas, o Forte. Aquele Arstan Barba-Branca. E Illyrio Mopatis, que os enviou.

Outra vez? Dany puxou a colcha mais para cima e passou uma ponta por sobre o ombro.

– E por quê?

– Os magos de Qarth disseram-lhe que seria traída três vezes – lembrou-lhe o cavaleiro exilado, enquanto Viserion e Rhaegal começavam a morder e arranhar um ao outro.

– Uma vez por sangue, uma vez por ouro e uma vez por amor. – Não era provável que Dany se esquecesse. – Mirri Maz Duur foi a primeira.

– O que significa que ainda restam dois traidores... e agora aparecem aqueles dois. Sim, acho isso perturbador. Não se esqueça de que Robert ofereceu uma senhoria ao homem que a matar.

Dany inclinou-se para a frente e deu um puxão na cauda de Viserion, para tirá-lo de cima do irmão verde. A colcha soltou-se de seu corpo quando se mexeu. Agarrou-a apressadamente e voltou a cobrir-se.

– O Usurpador está morto – disse.

– Mas o filho governa em seu lugar. – Sor Jorah ergueu o olhar, e os seus olhos escuros encontraram os dela. – Um filho atencioso paga as dívidas do pai. Até as dívidas de sangue.

– Esse garoto, Joffrey, pode me querer morta... caso se lembre de que estou viva. O que isso tem a ver com Belwas e Arstan Barba-Branca? O velho sequer usa uma espada. Você viu que não.

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