Читаем A Tormenta de Espadas полностью

– O Duende não estava sozinho no estrado. Longe disso. Com o banquete tão avançado, tínhamos pessoas em pé e movendo-se de um lado para o outro, mudando de lugar, saindo para ir à latrina, havia criados indo e vindo... o rei e a rainha tinham acabado de cortar a torta nupcial, todos os olhos estavam postos neles e naquelas três vezes malditas pombas. Ninguém estava vigiando a taça de vinho.

– Quem mais se encontrava no estrado? – perguntou Jaime.

Sor Meryn respondeu.

– A família do rei, a família da noiva, o Grande Meistre Pycelle, o Alto Septão...

– Aí está o seu envenenador – sugeriu Sor Oswald Kettleblack com um sorriso manhoso. – Muito mais santo do que devia ser, aquele velho. Pessoalmente, nunca gostei do ar dele. – Soltou uma gargalhada.

– Não – disse o Cavaleiro das Flores, sem mostrar estar se divertindo. – Sansa Stark foi a envenenadora. Todos se esquecem de que a minha irmã estava bebendo daquele cálice também. Sansa Stark era a única pessoa no salão que tinha motivo para querer ver tanto Margaery como o rei mortos. Ao envenenar a taça nupcial, podia esperar matá-los a ambos. E por que teria fugido depois, a menos que seja culpada?

O rapaz faz sentido. Tyrion pode até ser inocente. Mas ninguém se mostrava perto de encontrar a garota. Talvez Jaime devesse investigar aquilo pessoalmente. Para começar, seria bom saber como ela teria saído do castelo. Varys pode ter uma ideia ou duas sobre isso. Ninguém conhecia a Fortaleza Vermelha melhor do que o eunuco.

Aquilo podia esperar, porém. Naquele momento Jaime tinha preocupações mais imediatas. Você diz que é o Senhor Comandante da Guarda Real, tinha dito o pai. Vá cumprir o seu dever. Aqueles cinco não eram os irmãos que teria escolhido, mas eram os irmãos que tinha; chegara o momento de lidar com eles.

– Seja quem for que tenha cometido o ato – disse-lhes –, Joffrey está morto, e o Trono de Ferro pertence agora a Tommen. Pretendo que o ocupe até que seus cabelos embranqueçam e seus dentes caiam. E não devido a veneno. – Jaime virou-se para Sor Boros Blount. O homem tornara-se corpulento nos últimos anos, embora tivesse ossos suficientemente grandes para transportar o peso. – Sor Boros, parece ser um homem que aprecia a comida. De hoje em diante, provará tudo que Tommen comer ou beber.

Sor Osmund Kettleblack riu alto e o Cavaleiro das Flores sorriu, mas Sor Boros enrubesceu até um profundo tom de beterraba.

– Eu não sou nenhum provador! Sou um cavaleiro da Guarda Real!

– Lamento dizê-lo, mas é. – Cersei nunca devia ter tirado do homem o seu manto branco. Mas o pai só tornara a vergonha maior ao devolvê-lo. – Minha irmã falou-me da prontidão com que cedeu meu sobrinho aos mercenários de Tyrion. Vai achar as ervilhas e cenouras menos ameaçadoras, espero. Quando os seus Irmãos Juramentados estiverem no pátio treinando com escudo e espada, pode treinar com a colher e a bandeja. Tommen adora bolos de maçã. Tente evitar que algum mercenário desapareça com eles.

– Fala-me assim? Você?

– Devia ter morrido antes de permitir que Tommen fosse capturado.

– Tal como você morreu protegendo Aerys, sor? – Sor Boros pôs-se em pé e agarrou o cabo da espada. – Eu não... eu não aturarei isso. Devia ser você o provador, parece-me. Para que mais serve um aleijado?

Jaime sorriu.

– Concordo. Sou tão indigno de guardar o rei quanto você. Portanto, puxe essa espada que está acariciando e veremos como as suas duas mãos se saem contra a minha. No fim, um de nós estará morto e a Guarda Real será melhorada. – Levantou-se. – Ou, se preferir, pode voltar aos seus deveres.

Bah! – Sor Boros puxou um monte de muco verde, escarrou-o aos pés de Jaime e saiu, com a espada ainda na bainha.

O homem é covarde, ainda bem. Apesar de gordo e envelhecido e de nunca ter sido mais que medíocre, Sor Boros ainda teria sido capaz de desfazê-lo em pedaços sangrentos. Mas Boros não sabe disso, e os outros também não podem saber. Eles temiam o homem que eu era; o homem que sou desperta piedade neles.

Jaime voltou a se sentar e virou-se para Kettleblack.

– Sor Osmund. Não o conheço. Acho tal fato curioso. Participei em torneios, em lutas corpo a corpo e em batalhas por todos os Sete Reinos. Conheço todos os pequenos cavaleiros, cavaleiros livres e escudeiros possuidores de alguma capacidade e que tenham alguma vez ousado quebrar uma lança nas liças. Assim, como é que nunca ouvi falar de você, Sor Osmund?

– Não saberei dizer, senhor. – Ele tinha um largo sorriso no rosto, aquele Sor Osmund, como se ele e Jaime fossem velhos camaradas de armas jogando um joguinho divertido qualquer. – Mas sou um soldado, não um cavaleiro de torneios.

– Onde prestou serviço antes de minha irmã encontrá-lo?

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