Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Noye e seus homens tinham estado à espera dentro do túnel, por trás de um portão de pesadas barras de ferro igual aos dois que Pyp havia acabado de destrancar. Os dois besteiros tinham disparado uma dúzia de dardos enquanto o gigante lutava para chegar até eles. Então os lanceiros devem ter avançado, projetando as lanças através das barras. Mesmo assim, o gigante ainda encontrara forças para estender as mãos por entre as barras, arrancar a cabeça de Pate Malhado, agarrar o portão de ferro e afastar as barras. Elos de uma corrente quebrada estavam espalhados pelo chão. Um gigante. Tudo isso foi obra de um gigante.

– Estão todos mortos? – perguntou o Meistre Aemon em voz baixa.

– Sim. Donal foi o último. – A espada de Noye estava profundamente enterrada na garganta do gigante, até o meio da lâmina. O armeiro sempre tinha parecido a Jon um homem tão grande, mas preso aos enormes braços do gigante quase parecia uma criança. – O gigante esmagou sua coluna. Não sei quem morreu primeiro. – Pegou a lanterna e aproximou-se para ver melhor. – Mag. – “Eu sou o último dos gigantes.” Sentia a tristeza que havia ali, mas não tinha tempo para tristezas. – Foi Mag, o Poderoso. O rei dos gigantes.

Sentiu então necessidade do sol. Dentro do túnel estava frio e escuro demais, e o fedor do sangue e da morte era sufocante. Jon devolveu a lanterna a Clydas, esgueirou-se em volta dos corpos e através das barras torcidas e caminhou para a luz do dia, para ver o que havia atrás da porta estilhaçada.

A enorme carcaça de um mamute morto bloqueava parcialmente a passagem. Uma das presas do animal prendeu seu manto e rasgou-o quando passou por ele. Mais três gigantes jaziam lá fora, meio enterrados por baixo de pedras, gelo sujo e piche endurecido. Via os locais onde o fogo derretera a Muralha, onde grandes lençóis de gelo tinham se desprendido com o calor e se estilhaçado no chão enegrecido. Ergueu os olhos para o local de onde tinham vindo. Quando estamos aqui, parece imensa, como se estivesse prestes a nos esmagar.

Jon voltou para dentro, para onde os outros aguardavam.

– Temos de reparar o portão exterior o melhor possível e depois bloquear esta seção do túnel. Entulho, montes de gelo, qualquer coisa. Até o segundo portão, se conseguirmos. Sor Winton terá de assumir o comando, é o último cavaleiro que resta, mas tem de agir , os gigantes estarão de volta antes de percebermos. Temos de lhe dizer...

– Diga-lhe o que quiser – disse Meistre Aemon em voz baixa. – Ele sorrirá, fará um aceno, e esquecerá. Há trinta anos, Sor Wynton Stout esteve a uma dúzia de votos de ser Senhor Comandante. Teria sido dos bons. Há dez anos ainda podia ter sido capaz. Mas não mais. Sabe disso tão bem quanto Donal sabia, Jon.

Era verdade.

– Então dê você a ordem – disse Jon ao meistre. – Passou a vida inteira na Muralha, os homens vão segui-lo. Temos de fechar o portão.

– Eu sou um meistre acorrentado e juramentado. A minha ordem serve, Jon. Nós damos conselhos, não ordens.

– Alguém tem de...

– Você. Você tem de liderar.

– Não.

– Sim, Jon. Não precisa ser por muito tempo. Só até a guarnição retornar. Donal escolheu-o, e Qhorin Meia-Mão também, antes dele. O Senhor Comandante Mormont fez de você o intendente dele. É um filho de Winterfell, sobrinho de Benjen Stark. Tem de ser você, ou não será ninguém. A Muralha é sua, Jon Snow.

ARYA

Sentia o buraco dentro de si todas as manhãs ao acordar. Não era fome, embora às vezes também houvesse isso. Era um lugar oco, um vazio onde o coração estivera, onde os irmãos e os pais tinham vivido. Sua cabeça também doía. Não tanto como a princípio, mas ainda doía bastante. Arya estava habituada a isso, porém, e pelo menos o galo estava desaparecendo. Mas o buraco dentro de si permanecia mesmo assim. O buraco nunca desaparecerá, dizia a si mesma quando ia dormir.

Em algumas manhãs, Arya não queria sequer acordar. Aninhava-se sob o manto com os olhos bem apertados e tentava voltar ao sono pela força da vontade. Se ao menos o Cão de Caça a deixasse em paz, dormiria todo o dia e toda a noite.

E sonhava. Essa era a melhor parte, os sonhos. Sonhava com lobos quase todas as noites. Uma grande alcateia de lobos, ela à frente. Era maior do que todos os outros, mais forte, mais ligeira, mais rápida. Era capaz de correr mais depressa do que cavalos e de vencer leões em luta. Quando arreganhava os dentes, até os homens fugiam dela, nunca tinha a barriga vazia por muito tempo, e o pelo mantinha-a quente mesmo quando o vento soprava frio. E os irmãos e irmãs acompanhavam-na, muitos e muitos mais, ferozes, terríveis e seus. Nunca a abandonariam.

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