Читаем A Tormenta de Espadas полностью

A luta foi rápida mas sangrenta. O homem peludo caiu no momento em que puxava o machado, o escuro morreu encaixando uma flecha no arco, e o homem pálido de Lys tentou fugir. Os irmãos e as irmãs dela caçaram-no e apanharam-no, fazendo-o virar uma vez e mais uma, caindo sobre ele por todos os lados, abocanhando as pernas de seu cavalo e rasgando a garganta do cavaleiro quando ele se estatelou na terra.

Só o homem com os sinos deu luta. O cavalo escoiceou uma de suas irmãs na cabeça, e ele cortou outra quase ao meio, com sua garra curva e prateada, enquanto seus cabelos tilintavam baixinho.

Cheia de raiva, Arya saltou sobre as costas dele, derrubando-o da sela, de cabeça. O maxilar se fechou em seu braço durante a queda, com os dentes afundando através do couro, da lã e da carne macia. Quando chegaram ao chão, ela deu uma violenta sacudida com a cabeça e arrancou o membro. Exultante, abanou-o de um lado para o outro na boca, espalhando as mornas gotículas vermelhas pela fria chuva negra.

TYRION

Acordou com o rangido de velhas dobradiças de ferro.

– Quem? – coaxou. Pelo menos recuperara a voz, por mais áspera e rouca que fosse. A febre ainda o acompanhava, e Tyrion não fazia ideia de que horas seriam. Quanto tempo teria dormido daquela vez? Estava tão fraco, tão abominavelmente fraco. – Quem? – chamou de novo, com mais força. Luz de tochas derramava-se através da porta aberta, mas, dentro do aposento, a única luz vinha do toco de uma vela pousada ao lado de sua cama.

Quando viu uma silhueta aproximando-se, Tyrion estremeceu. Ali, na Fortaleza de Maegor, todos os criados eram pagos pela rainha, e por isso qualquer visitante podia ser outra das marionetes de Cersei, enviada para acabar o serviço que Sor Mandon tinha começado.

Então o homem surgiu à luz da vela, olhou bem para o rosto pálido do anão e soltou uma gargalhada.

– Cortou-se fazendo a barba, foi?

Os dedos de Tyrion subiram à grande ferida que ia de uma sobrancelha até o maxilar, atravessando o que lhe restava de nariz. A carne esponjosa ainda estava dolorida e quente ao toque.

– Com uma navalha terrivelmente grande, sim.

Os cabelos negros como carvão de Bronn tinham sido recém-lavados e escovados para trás, deixando à mostra os traços duros de seu rosto, e ele trajava botas de cano alto, feitas de couro macio e trabalhado, um cinto largo incrustado de pepitas de prata e um manto de seda verde-clara. Na lã cinza-escura de seu gibão, uma corrente em chamas estava bordada em diagonal com fio verde brilhante.

– Onde tem estado? – perguntou-lhe Tyrion. – Mandei chamá-lo... deve ter sido há uma quinzena.

– Quatro dias está mais perto da verdade – disse o mercenário. – Já estive aqui duas vezes e encontrei-o morto para o mundo.

– Morto, não. Embora minha querida irmã tenha tentado. – Talvez não devesse ter dito aquilo em voz alta, mas Tyrion já não se importava. Cersei estava por trás da tentativa de Sor Mandon de matá-lo, sabia disso em seu âmago. – O que é essa coisa feia em seu peito?

Bronn deu um sorriso.

– Meu símbolo de cavaleiro. Uma corrente flamejante, verde sobre cinza-fumo. Por ordem do senhor seu pai, agora sou Sor Bronn da Água Negra, Duende. Veja se não se esqueça disso.

Tyrion apoiou as mãos no colchão de penas e inclinou-se alguns centímetros para trás, de encontro às almofadas.

– Quem lhe prometeu um grau de cavaleiro fui eu, lembra? – não tinha gostado nada daquele “por ordem do senhor seu pai”. Lorde Tywin não perdera tempo. Mudar o filho da Torre da Mão para reclamá-la para si era uma mensagem que qualquer um podia entender, e esta era outra. – Eu perco metade do nariz e você ganha um grau de cavaleiro. Os deuses têm bastante coisa a responder. – A voz era amarga. – Meu pai armou-o pessoalmente?

– Não. Aqueles de nós que sobrevivemos à luta nas torres do guincho fomos ungidos pelo Alto Septão e armados pela Guarda Real. Levou metade do maldito dia, tendo só três das Espadas Brancas para conduzir as cerimônias.

– Já sabia que Sor Mandon morreu na batalha. – Atirado ao rio por Pod, meio segundo antes de o traiçoeiro filho da mãe conseguir enfiar a espada em meu coração. – Quem mais perdemos?

– O Cão de Caça – disse Bronn. – Não morreu, só desapareceu. Os homens de manto dourado dizem que se acovardou e você liderou uma surtida no lugar dele.

Não foi uma de minhas melhores ideias. Tyrion sentiu o tecido da cicatriz repuxar quando franziu a testa. Com um gesto, indicou uma cadeira a Bronn.

– Minha irmã confundiu-me com um cogumelo. Mantém-me no escuro e alimenta-me com merda. Pod é um bom rapaz, mas o nó que tem na língua é do tamanho do Rochedo Casterly, e não confio em metade do que me diz. Mandei-o buscar Sor Jacelyn e ele voltou dizendo que está morto.

– Ele e milhares de outros – Bronn sentou-se.

– Como? – quis saber Tyrion, sentindo-se bastante mais doente.

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