Читаем A Fúria dos Reis полностью

Um irmão da Patrulha da Noite. Significava um não a uma coroa, a filhos, a uma esposa… mas significava vida, e vida com honra. O irmão do próprio Ned Stark tinha escolhido a Patrulha, e Jon Snow também.

Não me faltam roupas pretas, uma vez arrancadas as lulas gigantes. Até meu cavalo é preto. Podia subir bastante na patrulha… chefe dos patrulheiros, provavelmente até Senhor Comandante. Que Asha fique com as malditas ilhas, são tão monótonas quanto ela. Se servisse em Atalaialeste, poderia comandar meu próprio navio, e há boa caça para lá da Muralha. Quanto a mulheres, que mulher selvagem não quereria um príncipe em sua cama? Um sorriso lento perpassou-lhe pelo rosto. Um manto negro não pode ser virado. Seria tão bom como qualquer homem…

PRÍNCIPE THEON! – o súbito grito estilhaçou seu sonho acordado. Kromm atravessava o pátio a trote. – Os nortenhos…

Sentiu uma súbita e doentia sensação de terror.

– É o ataque?

Meistre Luwin pegou em seu braço.

– Ainda há tempo. Levante uma bandeira de paz…

– Eles estão lutando – disse Kromm com urgência. – Chegaram mais homens, centenas deles, e a princípio pareceram ir se juntar aos outros. Mas agora caíram sobre eles!

– É Asha? – teria ela vindo salvá-lo, afinal?

Mas Kromm sacudiu a cabeça.

– Não, estou dizendo que estes são nortenhos. Com um homem sangrento nas bandeiras.

O homem esfolado do Forte do Pavor. Theon lembrou-se de que Fedor tinha pertencido ao Bastardo de Bolton antes de sua captura. Era difícil acreditar que uma vil criatura como ele conseguiria fazer com que os Bolton mudassem de lealdade, mas nada mais fazia sentido.

– Quero ver isso com meus próprios olhos – Theon disse e correu.

Meistre Luwin seguiu-o. Quando chegaram às ameias, havia homens mortos e cavalos moribundos espalhados pela praça do mercado junto aos portões do castelo. Não viu linhas de batalha, apenas um caos rodopiante de estandartes e lâminas. Gritos e berros ressoavam no ar frio de Outono. Sor Rodrik parecia ter a vantagem do número, mas os homens do Forte do Pavor eram mais bem dirigidos, e tinham pegado os outros desprevenidos. Theon observou-os investir, dar meia-volta e investir novamente, fazendo em pedaços sangrentos a força mais numerosa, a cada vez que esta tentava formar entre as casas. Conseguia ouvir o estrondo que as cabeças de machado de ferro faziam ao cair sobre escudos de carvalho, por cima dos aterrorizados brados de um cavalo estropiado. Viu que a estalagem estava ardendo.

Lorren Negro surgiu ao seu lado e permaneceu em silêncio durante algum tempo. O sol estava baixo, a oeste, pintando os campos e as casas com um clarão vermelho. Um grito fraco e vacilante de dor pairou sobre as muralhas, e um berrante soou para lá das casas em chamas. Theon viu um homem ferido arrastar-se dolorosamente pelo chão, manchando a terra com o sangue de sua vida enquanto lutava para atingir o poço que ficava no centro da praça do mercado. Morreu antes de chegar lá. Usava um justilho de couro e um meio elmo cônico, mas não ostentava nenhum símbolo que mostrasse de que lado tinha lutado.

Os corvos chegaram na penumbra azul, com as primeiras estrelas da noite.

– Os dothrakis acreditam que as estrelas são espíritos dos mortos com valor – disse Theon. Meistre Luwin havia lhe contado isso muito tempo antes.

– Dothrakis?

– Os senhores dos cavalos do outro lado do mar estreito.

– Ah. Esses – Lorren Negro fez uma expressão carrancuda por baixo da barba. – Os selvagens acreditam em todo tipo de bobagens.

À medida que a noite ficava mais escura e a fumaça se espalhava, tornava-se difícil distinguir o que estava acontecendo lá embaixo, mas o clamor do aço foi gradualmente diminuindo até se silenciar, e os gritos e berrantes deram lugar a gemidos e choros de partir o coração. Por fim, uma coluna de homens a cavalo apareceu, saída da fumaça que pairava no ar. À cabeça vinha um cavaleiro com uma armadura escura. Seu elmo arredondado brilhava num vermelho lúgubre, e um manto rosa-claro caía de seus ombros. Parou o cavalo junto ao portão principal, e um de seus homens gritou para que o castelo se abrisse.

– São amigos ou inimigos? – berrou-lhes Lorren Negro.

– Traria um inimigo tão bons presentes? – O Elmo Vermelho fez um sinal com a mão, e três cadáveres foram despejados à frente dos portões. Um archote foi brandido por cima dos corpos, para que os defensores no topo das muralhas pudessem ver o rosto dos mortos.

– O velho castelão – disse Lorren Negro.

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