Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Cersei estava ajoelhada diante do altar da Mãe. O ataúde de Joffrey tinha sido colocado por baixo do Estranho, que levava os recém-falecidos para o outro mundo. Cheiro de incenso pairava pesadamente no ar, e havia uma centena de velas ardendo, enviando ao alto uma centena de preces. E é provável que Joff precise de todas elas.

A irmã olhou por sobre o ombro.

– Quem? – disse, e depois: – Jaime? – Ergueu-se, com os olhos ardendo de lágrimas. – É mesmo você? – Mas não foi até ele. Ela nunca veio até mim, pensou. Sempre esperou, deixando-me ir até ela. Ela dá, mas tenho de pedir. – Devia ter vindo mais cedo – murmurou, quando ele a tomou nos braços. – Por que não pôde vir mais cedo, para mantê-lo a salvo? O meu filho...

O nosso filho.

– Vim o mais depressa que pude. – Rompeu o abraço e deu um passo para trás. – Há uma guerra lá fora, irmã.

– Está tão magro. E seus cabelos, os cabelos dourados...

– Vão crescer. – Jaime ergueu o coto. Ela precisa ver. – Isto não.

Os olhos de Cersei esbugalharam-se.

– Os Stark...

– Não. Isso foi obra de Vargo Hoat.

O nome não lhe dizia nada.

– Quem?

– O Bode de Harrenhal. Durante pouco tempo.

Cersei virou-se para fitar o ataúde de Joffrey. Tinham vestido o rei morto com armadura dourada, estranhamente semelhante à de Jaime. A viseira do elmo estava fechada, mas as velas refletiam-se suavemente no ouro, e o rapaz cintilava, brilhante e bravo, na morte. A luz das velas também despertava fogueiras nos rubis que decoravam o corpete do vestido de luto de Cersei. Os cabelos caíam sobre seus ombros, soltos e desordenados.

– Ele matou-o, Jaime. Tal como me avisou que faria. Um dia, quando me julgasse a salvo e feliz, transformaria minha alegria em cinzas na boca, disse ele.

– Tyrion disse isso? – Jaime não quis acreditar. O assassinato de familiares era pior do que o de reis, aos olhos dos deuses e dos homens. Ele sabia que o garoto era meu. Eu amei Tyrion. Fui bom para ele. Bem, exceto daquela vez... mas o Duende não conhecia a verdade sobre ela. Ou será que conhece? – Por que ele mataria Joff?

– Por uma puta. – Cersei agarrou-se à sua mão boa e apertou-a bem entre as suas. – Ele disse que ia fazer isso. Joff sabia. Ao morrer, apontou para o assassino. Para o monstrinho retorcido do nosso irmão. – Beijou os dedos de Jaime. – Vai matá-lo por mim, não vai? Vai vingar o nosso filho.

Jaime libertou-se dela.

– Ele continua sendo meu irmão. – Enfiou o coto em frente do nariz dela, para o caso de ela não ter visto. – E não estou em estado de matar seja quem for.

– Tem outra mão, não tem? Não estou pedindo para você derrotar o Cão de Caça em batalha. Tyrion é um anão, trancado numa cela. Os guardas vão deixá-lo entrar.

A ideia fez seu estômago se retorcer.

– Tenho de saber mais sobre isso. Sobre como aconteceu.

– Saberá – prometeu Cersei. – Vai haver um julgamento. Quando ouvir contar tudo o que ele fez, irá querer vê-lo morto tanto quanto eu. – Tocou-lhe o rosto. – Senti-me perdida sem você, Jaime. Tive medo de que os Stark me enviassem a sua cabeça. Não teria conseguido suportar tal coisa. – Beijou-o. Um beijo ligeiro, o mais ligeiro roçar dos lábios nos dele, mas sentiu-a tremer quando a envolveu nos braços. – Não estou inteira sem você.

Não havia ternura no beijo com que ele lhe respondeu, só fome. A boca dela abriu-se para a sua língua.

– Não – disse, com voz fraca, quando os lábios dele começaram a descer o seu pescoço –, aqui não. Os septões...

– Que os Outros carreguem os septões. – Voltou a beijá-la, beijou-a em silêncio, beijou-a até fazê-la gemer. Então empurrou as velas para longe e ergueu-a para cima do altar da Mãe, puxando para cima as saias e a combinação de seda que ela trazia por baixo. Ela bateu no peito dele com punhos fracos, murmurando sobre o risco, o perigo, o pai de ambos, os septões, a ira dos deuses. Ele nem a ouviu. Desatou os calções, subiu para cima do altar e afastou as pernas brancas e nuas da irmã. Uma mão deslizou coxa acima, por dentro da roupa de baixo. Quando a arrancou, viu que ela estava com a lua, mas o sangue não fazia qualquer diferença.

– Rápido – ela agora sussurava –, depressa, depressa, agora, vem já, me possua já. Jaime, Jaime, Jaime. – As mãos ajudaram a guiá-lo. – Sim – disse Cersei quando ele empurrou –, meu irmão, querido irmão, sim, assim, sim, tenho você, agora está em casa, está em casa, em casa. – Beijou-lhe a orelha e afagou-lhe os cabelos curtos e espetados. Jaime perdeu-se em sua carne. Sentiu o coração de Cersei batendo em uníssono com o seu, e a umidade do sangue e do sêmen quando se uniram.

Mas assim que acabaram, a rainha disse:

– Deixe-me levantar. Se formos descobertos assim...

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