Читаем A Tormenta de Espadas полностью

– Essa mesma. Há muitos anos que me dá a honra de ser freguesa. – A velha estendeu a corda ao longo da parte de dentro da perna de Sansa. – Sua Graça disse-me que agora é uma mulher, e não deve se vestir como uma garotinha. Estenda o braço.

Sansa ergueu o braço. Precisava de um vestido novo, isso era verdade. Tinha crescido sete centímetros no ano anterior, e a maior parte de seu antigo guarda-roupa havia estragado com a fumaça, quando tentou queimar o colchão no dia de sua primeira floração.

– Seu peito ficará tão lindo como o da rainha – disse a velha enquanto envolvia o peito de Sansa com a corda. – Não devia escondê-lo tanto.

O comentário fez Sansa corar. E no entanto, da última vez em que fora montar, não conseguiu atar o justilho até em cima, e o cavalariço não tirou os olhos dela enquanto a ajudava a montar. Às vezes, via também homens-feitos olhando para seu peito, e algumas de suas túnicas estavam tão apertadas que quase não conseguia respirar vestida com elas.

– De que cor será? – perguntou à costureira.

– Deixe as cores comigo, senhora. Ficará contente, tenho certeza. Também terá roupas de baixo e meias, batas, capas e mantos, e tudo o mais que é próprio de uma... de uma linda jovem senhora de nobre nascimento.

– Estarão prontos a tempo da boda do rei?

– Oh, mais cedo, muito mais cedo, Sua Graça insiste. Tenho seis costureiras e doze aprendizes, e deixaremos de lado todos os outros serviços para nos dedicarmos a este. Muitas senhoras ficarão zangadas conosco, mas foram ordens da rainha.

– Tenha a gentileza de agradecer à Sua Graça por sua amabilidade – disse Sansa com cortesia. – Ela é boa demais para mim.

– Sua Graça é muito generosa – concordou a costureira, enquanto recolhia as suas coisas e se retirava.

Mas por quê?, perguntou Sansa a si mesma quando ficou sozinha. Aquilo deixava-a inquieta. Aposto que esse vestido é de algum modo obra de Margaery, ou da avó.

A gentileza de Margaery tinha sido inabalável, e sua presença mudara tudo. As suas senhoras também tinham acolhido Sansa entre elas. Fazia tanto tempo que não desfrutava da companhia de outras mulheres que quase se esquecera de como podia ser agradável. A Senhora Leonette ensinava-a a tocar harpa, e a Senhora Janna partilhava com ela todas as melhores fofocas. Merry Crane tinha sempre uma história divertida para contar, e a pequena Senhora Bulwer lembrava-lhe Arya, embora não fosse tão irrequieta.

As primas Elinor, Alla e Megga estavam mais próximas da idade de Sansa. Eram Tyrell de ramos menores da Casa. “Rosas de partes mais baixas do arbusto”, como brincava Elinor, que era esbelta e possuía senso de humor. Megga era redonda e ruidosa, Alla, tímida e bonita, mas Elinor governava as três por direito de maturação; era uma donzela já florida, enquanto Megga e Alla não passavam de garotas.

As primas acolheram Sansa como se a tivessem conhecido a vida inteira. Passavam longas tardes bordando e conversando, comendo bolos de limão e bebendo vinho com mel, à noite jogavam damas, cantavam juntas no septo do castelo... e era frequente que uma ou duas delas fossem escolhidas para dividir a cama com Margaery, onde gastavam metade da noite em segredos. Alla possuía uma linda voz, e quando era aliciada, tocava harpa e cantava canções de cavalaria e amores perdidos. Megga não sabia cantar, mas era louca por beijos. Confessou que ela e Alla jogavam às vezes um jogo de beijos, mas não era o mesmo que beijar um homem, muito menos um rei. Sansa perguntou a si mesma o que Megga acharia de beijar o Cão de Caça, como ela o fizera. Ele a tinha encontrado na noite da batalha, fedendo a vinho e sangue. Beijou-me e ameaçou me matar, e obrigou-me a cantar uma canção para ele.

– O Rei Joffrey tem lábios tão belos – exclamou Megga, absorta. – Oh, pobre Sansa, como o seu coração deve ter se partido quando o perdeu. Oh, como deve ter chorado!

Joffrey me fez chorar com mais frequência do que imagina, teve vontade de dizer, mas o Abetouro não estava por perto para abafar sua voz, por isso apertou os lábios e segurou a língua.

Quanto a Elinor, estava prometida a um jovem escudeiro, filho de Lorde Ambrose; iam se casar assim que ele ganhasse as esporas. Ele tinha usado o seu favor na Batalha da Água Negra, onde matou um besteiro de Myr e um homem de armas Mullendore.

– Alyn contou que seu favor o tornou destemido – disse Megga. – Ele diz que usou o nome de Elinor como grito de guerra, não é galante? Um dia quero que algum campeão use o meu favor e mate cem homens. – Elinor disse-lhe para se calar, mesmo assim pareceu ficar contente.

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