Читаем A Fúria dos Reis полностью

Era bom voltar a ouvir homens falando valiriano, e até o Idioma Comum, Dany pensou enquanto se aproximavam do primeiro navio. Marinheiros, estivadores e mercadores abriram passagem quando ela se aproximava, sem saber o que pensar daquela menina magra, de cabelos louro-prateados, que se vestia à moda dothraki e caminhava com um cavaleiro ao seu lado. Apesar do calor do dia, Sor Jorah vestia sua capa de lã verde sobre uma cota de malha, com o urso negro de Mormont cosido no peito.

Mas nem a beleza dela nem o tamanho e a força dele teriam utilidade no trato com os homens de cujos navios precisavam.

– Pede passagem para uma centena de homens dothraki, todos os seus cavalos, você, este cavaleiro e três dragões? – perguntou o capitão da grande coca Amigo Ardente, antes de se afastar, rindo. Quando disse a um liseno, no Trombeteiro, que era Daenerys Nascida da Tormenta, Rainha dos Sete Reinos, ele lhe deu um olhar inexpressivo e disse:

– Bem, e eu sou o Lorde Tywin Lannister e cago ouro todas as noites.

O mestre de carga da galé de Myr, Espírito de Seda, opinou que os dragões eram perigosos demais no mar, onde qualquer fiapo de chama podia incendiar o cordame. O dono da Barriga de Lorde Faro arriscava os dragões, mas não os dothraki.

– Não quero nenhum desses selvagens sem deus na minha Barriga, não, não.

Os dois irmãos que capitaneavam os navios gêmeos Mercúrio e Galgo mostraram-se compreensivos e convidaram-nos a entrar na cabine para tomar um copo de tinto da Árvore. Foram tão corteses que Dany se sentiu esperançosa durante algum tempo, mas, por fim, o preço que pediram estava muito além de suas possibilidades, e talvez estivesse além até das de Xaro. Petto Beliscão e Donzela de Olhos Negros eram pequenos demais para as suas necessidades; Bravo dirigia-se para o Mar de Jade, e Magíster Manolo quase não parecia capaz de navegar.

Enquanto se dirigiam ao cais seguinte, Sor Jorah pôs a mão na parte de baixo das costas de Dany.

– Vossa Graça. Está sendo seguida. Não, não se vire – guiou-a com gentileza até a bancada de um vendedor de latões. – Isto é um trabalho notável, minha rainha – proclamou em voz alta, erguendo uma grande bandeja para que ela a inspecionasse. – Vê como brilha ao sol?

O latão estava muito polido. Dany conseguia ver nele o seu rosto… e quando Sor Jorah o inclinou para a direita, conseguiu ver atrás de si.

– Vejo um homem gordo mulato e outro mais velho com um bastão. Qual deles é?

– Os dois – Sor Jorah respondeu. – Vêm nos seguindo desde que deixamos para trás o Mercúrio.

As ondulações no latão esticavam os dois estranhos de forma bizarra, fazendo com que um dos homens parecesse alto e muito magro e o outro imensamente atarracado e gordo.

– Um latão excelente, grande senhora – exclamou o mercador. – Brilhante como o sol! E para a Mãe de Dragões, são só trinta honras.

A bandeja não valia mais do que três.

– Onde estão os meus guardas? – Dany quis saber. – Este homem está tentando me assaltar! – dirigindo-se a Jorah, abaixou a voz e falou no Idioma Comum: – Podem não me querer mal. Os homens olham as mulheres desde o início dos tempos, talvez não seja mais do que isso.

O vendedor de latões ignorou os sussurros.

– Trinta? Eu disse trinta? Que tolo sou. O preço é vinte honras.

– Nem todo o latão desta bancada vale vinte honras – disse-lhe Dany enquanto estudava os reflexos. O velho tinha um aspecto que lembrava Westeros, e o de pele escura devia pesar cento e vinte quilos. O Usurpador ofereceu uma senhoria ao homem que me matasse, e esses dois estão longe de casa. Ou serão criaturas dos magos, tentando me pegar desprevenida?

– Dez, Khaleesi, por ser tão bela. Use-o como espelho. Só um latão assim tão bom pode captar tamanha beleza.

– Podia servir para levar dejetos. Se a jogasse fora, eu poderia recolhê-la, desde que não tivesse de me dobrar. Mas pagar por ela? – Dany colocou a bandeja em suas mãos. – Os vermes rastejaram por seu nariz acima e comeram seu cérebro.

– Oito honras – o homem gritou. – Minhas esposas vão me bater e me chamar de idiota, mas em suas mãos sou uma criança desamparada. Vá, oito, é menos do que o seu valor.

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