Читаем Sherlock Holmes - Edicao completa полностью

– Sr. Holmes – ela disse –, este homem ofereceu-se para se casar comigo com a condição de eu conseguir o divórcio do meu marido. Ele mentiu para mim, o vilão, de todas as maneiras possíveis. Ele jamais me disse uma palavra verdadeira. E por quê, por quê? Imaginei que tudo fosse para o meu próprio bem. Mas agora vejo que nunca fui nada além de um instrumento em suas mãos. Por que devo continuar fiel a ele, que nunca foi fiel a mim? Por que devo tentar protegê-lo das conseqüências dos seus próprios atos perversos? Pergunte-me o que quiser, e não esconderei nada. Uma coisa eu juro ao senhor, e essa é que quando escrevi a carta, nunca imaginei prejudicar o velho cavalheiro, que foi o meu amigo mais bondoso.

– Acredito totalmente na senhora, madame – disse Sherlock Holmes. –  A narração destes acontecimentos deve ser muito penosa para a senhora, e talvez seja mais fácil se eu lhe contar o que ocorreu, e a senhora pode me corrigir se eu cometer algum erro. O envio desta carta foi sugerido à senhora por Stapleton?

– Ele a ditou.

– Suponho que o motivo que ele deu foi que a senhora receberia ajuda de sir Charles para as despesas legais relativas ao seu divórcio.

– Exatamente.

– E depois que a senhora enviou a carta, ele fez com que desistisse de comparecer ao encontro?

– Ele me disse que ficaria com o seu orgulho ferido se algum outro homem desse o dinheiro com esse objetivo, e que, embora ele fosse um homem pobre, empregaria o seu último pêni para remover os obstáculos que nos separavam.

– Ele parece ter um caráter muito coerente. E depois a senhora não soube de mais nada até ler as notícias da morte no jornal?

– Não.

– E ele a fez jurar que não iria contar nada sobre o seu encontro marcado com sir Charles?

– Fez. Ele disse que a morte foi muito misteriosa, e que certamente desconfiariam de mim se os fatos fossem revelados. Ele me assustou para que eu ficasse em silêncio.

– Exatamente. Mas a senhora nunca desconfiou?

Ela hesitou e baixou os olhos.

– Eu o conhecia – disse ela. – Mas se ele tivesse sido fiel a mim, eu seria sempre fiel a ele.

– Acho que, de modo geral, a senhora escapou com sorte – disse Sherlock Holmes. – A senhora o teria em seu poder e ele sabia disso, e contudo a senhora está viva. A senhora andou durante alguns meses muito perto da beira do precipício. Devemos desejar-lhe bom-dia agora, sra. Lyons, e é provável que a senhora muito em breve tenha notícias nossas outra vez.

– O nosso caso está se completando, e dificuldade após dificuldade está se desvanecendo diante de nós – disse Holmes quando estávamos esperando a chegada do expresso da cidade. – Logo estarei em condição de colocar numa única narrativa articulada um dos crimes mais estranhos e sensacionais dos últimos tempos. Os estudantes de criminologia irão se lembrar de incidentes análogos em Godno, na Pequena Rússia,* no ano de 1866, e naturalmente há os assassinatos de Anderson na Carolina do Norte, mas este caso possui algumas características que são inteiramente próprias. Mesmo agora, não temos uma base definida para um processo contra este homem astuto. Mas ficarei muito surpreso se ele não estiver bastante definido antes de irmos para a cama esta noite.

O expresso de Londres entrou resfolegando na estação, e um homem pequeno e forte, parecido com um buldogue, saltou de um vagão da primeira classe. Nós três apertamos as mãos, e vi logo, pelo modo reverente como Lestrade olhava para o meu amigo, que ele aprendera um bocado desde o tempo em que haviam trabalhado juntos pela primeira vez. Pude me lembrar bem do desprezo que as teorias do intelectual costumavam despertar então no homem prático.

– Alguma coisa boa? – ele perguntou.

– A maior de muitos anos – disse Holmes. – Temos duas horas antes de precisarmos pensar em partir. Acho que devemos usá-las para jantar, e depois, Lestrade, vamos tirar a cerração de Londres da sua garganta dando-lhe um pouco do ar puro da noite de Dartmoor. Nunca esteve lá? Ah, bem, acho que você não vai se esquecer de sua primeira visita.

o cão dos baskervilles

Um dos defeitos de Sherlock Holmes, se é que realmente se pode chamar isso de defeito, era o fato de ser excessivamente avesso a comunicar os seus planos completos a qualquer outra pessoa até o momento da sua execução. Em parte isso vinha sem dúvida da sua própria natureza autoritária, que adorava dominar e surpreender aqueles que estavam à sua volta. Em parte, também, da sua cautela profissional, que o impedia sempre de correr qualquer risco. Mas o resultado era muito penoso para aqueles que estavam agindo como seus agentes e assistentes. Eu havia sofrido com isso muitas vezes, mas nunca tanto quanto durante aquela longa viagem de charrete na escuridão. A grande provação estava diante de nós; pelo menos estávamos prestes a fazer o nosso esforço final, e apesar disso Holmes não havia dito nada, e pude apenas imaginar qual seria o curso da sua ação. Meus nervos formigaram de expectativa quando, finalmente, o

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