Читаем A Tormenta de Espadas полностью

– Não. Nega seu sexo? Se assim for, desate essas calças e mostre-me. – Dirigiu-lhe um sorriso inocente. – Poderia pedir que abrisse seu corpete, mas, olhando para você, julgo que isso não provaria grande coisa.

Sor Cleos queixou-se.

– Primo, lembre-se da boa educação.

O sangue Lannister é fino nas veias deste. Cleos era filho de sua tia Genna e daquele cretino do Emmon Frey, que vivera aterrorizado por Lorde Tywin Lannister desde o dia em que se casara com a irmã dele. Quando Lorde Walder Frey trouxe as Gêmeas para a guerra do lado de Correrrio, Sor Emmon escolheu as ligações da mulher em detrimento das do pai. O Rochedo Casterly ficou com o pior desse negócio, refletiu Jaime. Sor Cleos parecia uma doninha, lutava como um ganso e tinha a coragem de uma ovelha particularmente ousada. A Senhora Stark lhe prometera a liberdade se entregasse sua mensagem a Tyrion, e Sor Cleos jurara solenemente fazê-lo.

Tinham todos prestado uma boa dose de juramentos naquela cela, principalmente Jaime. Foi o preço que a Senhora Catelyn exigiu por perdê-lo. Ela encostara a ponta da espada da garota grande no coração de Jaime e disse:

– Jure que não voltará a pegar em armas contra Stark ou Tully. Jure que forçará seu irmão a honrar sua promessa de devolver as minhas filhas em segurança e incólumes. Jure por sua honra como cavaleiro, por sua honra como Lannister, por sua honra como Irmão Juramentado da Guarda Real. Jure pela vida de sua irmã, e pela de seu pai e de seu filho, pelos deuses antigos e novos, e eu vou enviá-lo de volta à sua irmã. Recuse, e farei seu sangue correr. – Lembrava-se do aço espetando através dos farrapos que usava quando ela torcera a ponta da espada.

Pergunto a mim mesmo o que o Alto Septão terá a dizer em relação à santidade de juramentos prestados quando se está caindo de bêbado, acorrentado a uma parede e com uma espada encostada ao peito. Não que Jaime estivesse realmente preocupado com essa gorda fraude ou com os deuses que ele dizia servir. Lembrava-se do balde que a Senhora Catelyn derrubara com um pontapé na cela. Uma mulher estranha, para confiar as filhas a um homem que tinha merda no lugar da honra. Se bem que estivesse confiando nele o mínimo que se atrevia. Está depositando as suas esperanças em Tyrion, não em mim.

– Talvez ela não seja assim tão burra, afinal – disse em voz alta.

Sua captora compreendeu-o mal.

– Não sou burra. Nem surda.

Mostrou-se gentil para com ela. Caçoar daquela mulher seria tão fácil que não traria qualquer divertimento.

– Estava falando comigo, não contigo. É um hábito fácil de se adquirir numa cela.

Ela olhou-o com a testa franzida, empurrando os remos para a frente, puxando-os para trás, empurrando-os para a frente, sem nada dizer.

Tão fluente de língua como é bela de rosto.

– Por sua maneira de falar, julgaria que você é de nascimento nobre.

– Meu pai é Selwyn de Tarth, pela graça dos deuses, senhor do Entardecer. – Até aquilo foi dito de má vontade.

– Tarth – disse Jaime. – Um rochedo horrivelmente grande no mar estreito, se bem me lembro. E o Entardecer está juramentado a Ponta Tempestade. Como é que você serve Robb de Winterfell?

– Quem eu sirvo é a Senhora Catelyn. E ela ordenou-me que o entregasse a salvo ao seu irmão Tyrion em Porto Real, não que trocasse palavras com você. Fique em silêncio.

– Já tive minha dose de silêncio, mulher.

– Então fale com Sor Cleos. Não converso com monstros.

Jaime soltou um grito.

– Há monstros por aqui? Escondidos debaixo da água, talvez? Naquele bosque de salgueiros? E eu sem a minha espada!

– Um homem capaz de violar a própria irmã, matar seu rei e atirar uma criança inocente para a morte não merece outro nome.

Inocente? O maldito rapaz estava nos espiando. Tudo que Jaime quisera fora uma hora a sós com Cersei. A viagem para o norte tinha sido um longo tormento; vê-la todos os dias, sem ter a possibilidade de tocá-la, sabendo que Robert entrava em sua cama, todas as noites, aos tropeções de bêbado, naquela grande casa rolante que rangia por todos os lados. Tyrion fizera o que pôde para mantê-lo de bom humor, mas não tinha sido o bastante.

– Será cortês no que toca a Cersei, mulher – avisou-a.

– Meu nome é Brienne, não mulher.

– Que te importa como um monstro a chama?

– Meu nome é Brienne – repetiu, obstinada como um cão de caça.

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